Ametropia
Ametropia | |
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Óculos são comuns para o tratamento da ametropia. | |
Especialidade | oftalmologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | H52.0-H52.4 |
CID-9 | 367.0-367.2-367.9 |
CID-11 | 1845275831 |
DiseasesDB | 29645 |
MeSH | D012030 |
Leia o aviso médico |
Ametropia, também conhecido como erro refrativo, é um defeito de visão decorrente da focalização inadequada da luz que chega à retina.[1] Os tipos mais comuns de ametropia são a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia. Na miopia, a imagem visual não é focada diretamente na retina, mas à frente dela, o que faz com que os objetos vistos à distância pareçam desfocados; na hipermetropia, a imagem é focada atrás da retina, causando dificuldades para visualização de objetos próximos com nitidez; no astigmatismo, os objetos visualizados parecem ter aspecto alongado ou desfocado e a presbiopia causa dificuldade de focalização de objetos próximos, especialmente sob pouca luz. Outros sintomas podem incluir visão dupla, dores de cabeça e fadiga ocular.[1] O princípio dos erros refrativos é baseado nas leis da reflexão de raios por uma lente esférica.
A miopia ocorre porque o globo ocular é mais alongado ou o cristalino tem uma distância focal curta, ao contrário da hipermetropia, onde o globo ocular possui menor comprimento ou a córnea ou cristalino possuem uma menor curvatura. No astigmatismo, existe uma irregularidade na córnea ou no cristalino, que distorce a visão por causa das diferentes profundidades de foco. Já a presbiopia está diretamente relacionada ao processo de envelhecimento do cristalino. Alguns desses erros refrativos podem ser herdados dos pais e o diagnóstico é feito por exame oftalmológico.[1]
As ametropias são corrigidas com o uso de óculos ou lentes de contato ou com cirurgia. Os óculos são o método mais fácil e seguro de correção. As lentes de contato podem fornecer um campo de visão mais amplo, mas seu uso está associado ao risco de infecção. A cirurgia refrativa altera permanentemente o formato da córnea.[1]
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 153 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum tipo de ametropia.[2] Para outros autores, este número pode chegar a 2 bilhões.[3] No Brasil, as ametropias afetam cerca de 4 milhões de pessoas.[4] A miopia é o distúrbio mais comum, sendo que em adultos, sua incidência varia entre 15 e 49%, enquanto as taxas entre as crianças estão entre 1,2 e 42%.[5][6] A hipermetropia ocorre mais comumente em crianças e idosos e a presbiopia atinge em sua maioria indivíduos com mais de 35 anos.[1][7][8] O número de pessoas com ametropias não corrigidas foi estimado em 2013 em 660 milhões.[9] Desses, 9,5 milhões ficaram cegos em decorrência do não tratamento.[9] Representam uma das causas mais comuns de perda da visão, juntamente com a catarata, a degeneração macular e a hipovitaminose A.[10]
Referências
- ↑ a b c d e «Facts About Refractive Errors». National Eye Institute (em inglês). U.S. Department of Health and Human Services - National Institutes of Health. 2010. Consultado em 24 de Agosto de 2016
- ↑ Resnikoff et al 2008, p. 1-80.
- ↑ Denniston, Murray 2014, p. 826.
- ↑ «Dia Mundial da Visão: 8 de outubro de 2009». Sociedade Brasileira de Oftalmologia. 2009. Consultado em 24 de Agosto de 2016
- ↑ Foster, Jiang 2014, p. 202-208.
- ↑ Pan et al 2012, p. 3-16.
- ↑ Castagno et al 2014, p. 163.
- ↑ Grosvenor 2007, p. 70.
- ↑ a b OMS 2015, p. 743-800.
- ↑ Pan et al 2015, p. 258-266.
Bibliografia
- Castagno, V.D.; Fassa, A.G.; Carret, M.L.; Vilela, M.A.; Meucci, R.D. (dezembro de 2014). «Hyperopia: a meta-analysis of prevalence and a review of associated factors among school-aged children». BMC Ophthalmology (em inglês). 14 (1). 163 páginas. ISSN 1471-2415. Consultado em 24 de agosto de 2016
- «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013». Colaboradores do Global Burden of Disease Study 2013. The Lancet (em inglês). 386 (9995): 743-800. Agosto de 2015. ISSN 1474-547X. Consultado em 23 de agosto de 2016
- Denniston, A.; Murray, P. (2014). «Capítulo 19: Refractive ophthalmology». Oxford Handbook of Ophthalmology (em inglês) 3ª ed. Oxford: Oxford University Press. 826 páginas. ISBN 978-0-19-967998-0. Consultado em 24 de agosto de 2016
- Foster, P.J.; Jiang, Y. (fevereiro de 2014). «Epidemiology of myopia». Eye (em inglês). 28 (2): 202-208. ISSN 1476-5454. Consultado em 24 de agosto de 2016
- Grosvenor, T. (2007). «Capítulo 4: Hyperopia». Primary Care Optometry (em inglês) 5ª ed. St. Louis: Butterworth Heinemann, Elsevier. 70 páginas. ISBN 978-0-7506-7575-8. Consultado em 24 de agosto de 2016
- Pan, C.W.; Ramamurthy, D.; Saw, SM. (janeiro de 2012). «Worldwide prevalence and risk factors for myopia». Ophthalmic and Physiological Optics (em inglês). 32 (1): 3-16. ISSN 0275-5408. Consultado em 24 de agosto de 2016
- Pan, C.W.; Dirani, M.; Cheng, C.Y.; Wong, T.Y.; Saw, S.M. (março de 2015). «The age-specific prevalence of myopia in Asia: a meta-analysis». Optometry and Vision Science (em inglês). 92 (3): 258-266. ISSN 1538-9235. Consultado em 24 de agosto de 2016
- Resnikoff, S.; Pascolini, D.; Mariotti S.P.; Pokharel, G.P. (janeiro de 2008). «Global magnitude of visual impairment caused by uncorrected refractive errors in 2004». Bulletin of the World Health Organization (em inglês). 86 (1): 1-80. ISSN 0042-9686. Consultado em 24 de agosto de 2016