Triquíase
A triquíase é uma doença que consiste no desvio do crescimento das pestanas (cílios) para dentro, ou seja, em direção ao globo ocular. A condição pode ser congénita ou adquirida, sendo que a pálpebra normalmente conserva a sua posição normal.
A Academia Americana de Oftalmologia reporta que qualquer pessoa pode desenvolver triquíase, sendo a condição, no entanto, mais comum em adultos.[1]
Um estudo publicado na Scielo em 2015 concluiu que "a alteração palpebral mais presente na população geral brasileira é a triquíase, seguida da ptose palpebral e do ectrópio".[2]
Sintomas
Os sintomas mais comuns são vermelhidão, sensibilidade à luz e a irritação permanente da conjuntiva bulbar e da córnea, podendo resultar em conjuntivite ou ceratite. Segundo a Academia Americana de Oftalmologia, algumas vezes o atrito dos cílios com a córnea pode levar a uma úlcera da córnea.[1][3]
Causas
As principais causas são infecções oculares, inflamações da pálpebra, condições autoimunes e traumas como queimaduras, porém algumas outras condições aumentam o risco de desenvolver a doença: [1][3]
- Epibléfaro: doença congênita na qual a pele solta ao redor dos olhos e forma uma dobra, fazendo com que os cílios assumam uma posição vertical. A anomalia é encontrada principalmente em crianças de ascendência asiática;
- Doença ocular causada por herpes zoster;
- Blefarite crônica: condição comum e contínua na qual as pálpebras ficam inchadas, com partículas oleosas e bactérias revestindo a margem da pálpebra perto da base dos cílios;
- Tracoma: infecção ocular grave causada por uma bactéria e bastante comum em países mais pobres;
- Distúrbios raros da pele e membranas mucosas, como a Síndrome de Stevens-Johnson e penfigóide cicatricial.
Tratamento
Segundo a Academia, o tratamento mais comum é a cirurgia com anestesia local para a remoção dos cílios, folículos ou ambos, ou para o redirecionamento do crescimento dos mesmos.
Referências
- ↑ a b c «What Is Trichiasis?». American Academy of Ophthalmology (em inglês). 10 de novembro de 2020. Consultado em 20 de abril de 2021
- ↑ Wanzeler, Ana Cláudia Viana; Nascimento, Marjorie Fornazier do; Sousa, Roberta Lilian Fernandes; Padovani, Carlos Roberto; Schellini, Silvana Artioli; Wanzeler, Ana Cláudia Viana; Nascimento, Marjorie Fornazier do; Sousa, Roberta Lilian Fernandes; Padovani, Carlos Roberto (agosto de 2015). «Alterações palpebrais: frequência de ocorrência e perfil dos portadores em amostra populacional brasileira». Revista Brasileira de Oftalmologia (4): 231–234. ISSN 0034-7280. doi:10.5935/0034-7280.20150047. Consultado em 20 de abril de 2021
- ↑ a b «StackPath». www.sbcpo.org.br. Consultado em 20 de abril de 2021