Porto do Açu
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Porto do Açu | |
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Porto do Açu | |
Localização | |
País | Brasil |
Localização | São João da Barra, Rio de Janeiro |
Coordenadas | |
Detalhes | |
Inauguração | 2016 |
Operado por | Porto do Açu Operações |
Proprietário | Prumo |
Tipo de porto | Marítimo |
Estatísticas | |
Carga anual de toneladas | 54,7 Mi de toneladas (2022) |
Website | [1] |
O Porto do Açu é um empreendimento desenvolvido pela holding Prumo Logística, que oferece soluções de infraestrutura para os setores de Óleo e Gás, mineração e Logística, além de ser uma das principais plataformas do Brasil para industrialização de baixo carbono. Instalado em São João da Barra, no Norte Fluminense, o porto-indústria é controlado pelo grupo econômico americano EIG desde 2013. A operação foi iniciada em outubro de 2014.[2]
Único porto totalmente privado do país, possui um dos principais terminais de minério de ferro do país, exporta petróleo para todas as operadoras globais instaladas em território nacional, ergue o maior parque térmico da América Latina e abriga a maior base de apoio offshore do mundo.[1]
Localização
O Porto do Açu está localizado no município de São João da Barra, norte do Estado do Rio de Janeiro, mais especificamente no distrito de Açu.[2] Sua localização é estratégica para a indústria do petróleo, por ser próximo às bacias de Campos e do Espírito Santo, podendo ser utilizado de base também às operações das bacias.
Histórico
Trata-se do maior investimento em infraestrutura portuária da América.[2] Lançado por Eike Batista e pela governadora Rosinha Garotinho no final de 2006, sua construção teve início em outubro de 2007 e sua operação estava prevista para ter início no primeiro semestre de 2012. Com retroárea de 90 km², que representa aproximadamente 20% de todo o território do município de São João da Barra, equivalente à cidade de Vitória (ES), o Porto foi concebido como indutor do desenvolvimento da região, atraindo uma série de indústrias pelas facilidades logísticas e pelas sinergias entre os empreendimentos já instalados e os ainda previstos.[3]
Desde o início, o empreendimento foi idealizado prevendo a integração com a mina de minério de ferro do grupo MMX localizada no município de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, com capacidade de produção estimada em 26,5 milhões de toneladas ao ano e um mineroduto, de 529 km de extensão, a ser utilizado para transportar polpa de minério de ferro até o terminal portuário. No entanto, tanto o mineroduto quanto planta de beneficiamento foram vendidas por Eike Batista por US$ 5,5 bilhões para a Anglo American, em um negócio que ainda envolvia ativos da MMX Amapá (projeto de mina integrada a ferrovia e porto).[4]
O Sistema Minas-Rio entrou em operação em 2014, com a operação da mina e do mineroduto Minas-Rio, e a exportação do minério pelo Terminal de Minério de Ferro do Porto do Açu.[5]
O Porto do Açu como concebido ou anunciado por Eike Batista - com uma siderúrgica e uma fábrica de automóveis - nunca se consolidou.[6][7] Com a crise financeira do grupo EBX, a LLX (braço de logística do grupo, responsável pelo Porto do Açu) foi vendida em agosto de 2013 para o grupo norte-americano EIG, que passou a controlar 53% da empresa, que mudou de nome para Prumo no final do ano. Em dezembro de 2014, o fundo soberano Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, passou a deter 10,44% das ações da Prumo. Com a mudança de administração, foi realizada uma reorientação dos investimentos.[8][9][8][9]
O Terminal de Petróleo (T-OIL) começou a operar em agosto de 2016.[10]
Entre 2007 e 2016, o porto recebeu investimentos de R$ 10 bilhões.[11]
Infraestrutura
O Porto do Açu conta com dois terminais (T1 – onshore e T2 – offshore) e 17 km de cais, que podem receber até 47 embarcações.
Terminal 1
O T1 é dedicado a movimentação de minério de ferro e petróleo, e conta com uma ponte de acesso com 3 km de extensão, píeres, canal de acesso e bacia de evolução.[12]
A ponte de acesso tem 2,9 km de extensão e foi montada sobre 662 estacas fincadas no fundo do mar, estacas estas que, se fossem enfileiradas, somariam a distância de 38 mil metros. Tem 27,5 metros de largura, permitindo a circulação de caminhões pesados. Além disso, tem instaladas esteiras para transporte de minérios.[13]
Para a construção do quebra-mar dos Terminais 1 e 2, o Porto do Açu utilizou uma tecnologia inédita no país, por meio de blocos de concreto flutuantes. Para implantar todos os blocos previstos para os dois terminais, foram contratados os três maiores equipamentos de produção de blocos do mundo. Os diques flutuantes Kugira,[14] da empresa espanhola Acciona, e os diques Mar del Aneto e Mar del Enol, da empresa espanhola FCC.[15]
Um dos diferenciais deste método construtivo é a possibilidade de utilizar o próprio quebra-mar para movimentação de cargas. Um exemplo é o Terminal de Petróleo do Porto do Açu, que foi desenvolvido no próprio quebra-mar do Terminal 1. [16]
Ferroport
Operacional desde outubro de 2014[17][18]com a movimentação de minério de ferro, o T1 movimentou mais de 16 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de 2016. A Ferroport (parceria entre a Prumo e a Anglo American) tem capacidade para movimentar 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O produto, da empresa Anglo American, chega ao Porto por meio de um mineroduto, que liga a mina em Conceição do Mato Dentro (MG) ao terminal. Com atuais 20,5 metros de profundidade, o terminal pode receber navios do tipo Panamax e Capesize (220 mil toneladas) em 2 berços paralelos.
T-OIL
Já o Terminal de Petróleo (T-OIL),[10] que começou a operar em agosto de 2016, conta com 3 berços dedicados para operação ship to ship e capacidade para movimentar 1,2 milhão de barris por dia.
A primeira operação do T-OIL foi para a empresa BG Brasil, do Grupo Shell, que possui contrato para o transbordo de 200 mil barris de petróleo por dia, o que equivale a cerca de 20% da capacidade diária do terminal. Esta operação, realizada em área abrigada por quebra-mar, permite maior segurança no transbordo durante todo o ano.[19]
Inicialmente, a operação de transbordo estava sendo realizada com navios Capesizes, mas após a dragagem do terminal para 25 metros em 2017, foi permitida a atracação de navios maiores, do tipo Very Large Crude Carrier - VLCC (320 mil toneladas).[20]
Terminal 2
O T2 é um terminal onshore instalado no entorno de um canal para navegação, que conta com 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e profundidade de até 14,5 metros. A primeira operação comercial no canal do T2 aconteceu em novembro de 2014.[21]
Com 13 km de cais, o T2 já movimenta carga de projetos, bauxita e coque e tem capacidade para movimentar contêineres, rochas, grãos agrícolas, veículos, granéis líquidos e sólidos, derivados de petróleo e carga geral. O terminal também abriga uma área dedicada à indústria de suporte às operações de E&P de óleo e gás. [22]
O Terminal Multicargas (T-Mult) movimenta mais de 10 tipos de cargas sólidas, incluindo fertilizantes, cobre, concentrado de lítio, ferro gusa, sucata, bauxita, entre outros granéis sólidos.[23]
O Terminal de Combustíveis Marítimos (Tecma) é dedicado à importação e comercialização de combustíveis marítimos, sendo operado pela NFX.[24]
O Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) é responsável por fornecer até 28 milhões de m³/d de GNL da BP à Usina Termelétrica GNA I.
Empreendimentos junto ao Porto
O Porto do Açu foi idealizado segundo o conceito de porto-indústria, desenvolvendo diversos empreendimentos em paralelo ao porto propriamente dito, firmando-se como um eficiente elo do comércio internacional. O empreendimento inclui diversas outras empresas na tabela abaixo.[25]
Empresa | Empreendimento | Status |
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GNA | Geração de energia termelétrica | Em operação |
Edison Chouest Offshore (ECO) | Base de apoio offshore | Em operação |
NOV (National Oilwell Varco) | Fábrica para produção de tubos flexíveis | Em operação |
Ferroport (parceria entre a Prumo e a Anglo American) | Terminal de Minério de ferro | Em operação |
Vast Infraestrutura (parceria entre a Prumo e a Oiltanking) | Terminal de Petróleo | Em operação |
TechnipFMC | Fábrica para produçao de tubos flexíveis | Em operação |
InterMoor | Unidade que presta serviços de ancoragem, fundações e serviços subaquáticos | Em operação |
Prumo | Terminal Multicargas do porto (T-MULT) | Em operação |
NFX (parceria entre a Prumo e a BP) | Terminal de combustíveis marítimos para importação, exportação, venda, armazenagem, mistura, distribuição e/ou comercialização de combustíveis marítimos | Em operação |
Anglo American | Filtragem do minério de ferro recebido pelo mineroduto | Em operação |
Grupo Minas Gusa | Pátio para importação de combustíveis sólidos para as indústrias siderúrgica e cimenteira. | Em operação |
Dome | Serviços de logística, manutenção e reparo para a indústria offshore. | Em operação |
Vix | Serviços de logística | Em operação |
Baker Hughes | Serviços para indústria de petróleo, com base de fluidos de 3 mil m² e capacidade de 20 mil barris no Terminal da Dome | Em operação |
Reserva Caruara | Maior reserva privada de restinga no Brasil (40km²), integra serviços e iniciativas sociais e ambientais na região. | Em operação |
Entre os clientes que já estão instalados no Porto do Açu está a americana Edison Chouest Offshore (ECO), reconhecida hoje como o mais diverso e dinâmico fornecedor de soluções de transporte marítimo offshore do mundo. Com 1.030 metros de cais, a base irá contar com 16 berços para atracação, além de um estaleiro de reparos navais para suas próprias embarcações e de terceiros. Esta será a maior base de apoio offshore do mundo.
A operação da ECO[26] foi iniciada em abril de 2016 para atender a um contrato com a Petrobras, que utiliza 6 berços de apoio offshore do terminal. Além disso, em agosto de 2016, a empresa iniciou a operação de um berço para a Chevron. A previsão é que a unidade esteja totalmente em operação até o final de 2017.
Outras empresas também já operam suas unidades no Terminal 2 do Porto do Açu, como a americana NOV, líder mundial no fornecimento de componentes mecânicos para sondas de perfuração terrestres e marítimas. A unidade de produção de tubos flexíveis, em operação desde novembro de 2014, tem capacidade para produção de 250 km do produto por ano, além de área para armazenagem e teste de material.
A Technip,[27] que oferece serviços e soluções tecnológicas para campos de desenvolvimento em águas profundas, instalações offshore e unidades de processamento onshore, também opera desde 2014 sua unidade no Porto do Açu. No local, a empresa construiu sua maior unidade de produção de tubos flexíveis, com 500 m de frente de cais e 289.800 m² de área total.
Também está em operação a americana InterMoor, líder global no fornecimento de serviços de ancoragem, fundações e serviços subaquáticos e que oferece soluções inovadoras para plataformas móveis e serviços de instalação offshore. A empresa construiu no Porto do Açu uma unidade que oferece apoio logístico e serviços especializados à indústria de óleo e gás.
Outra empresa já instalada é a finlandesa Wärtsilä,[28] líder global no fornecimento de motores e prestação de serviços para navios e usina termelétrica. A empresa escolheu o T2 para instalar sua primeira planta de montagem e produção de Grupos Geradores e motores de navio no Brasil. A unidade foi inaugurada em março de 2015.
Em junho de 2016, a Prumo Logística, empresa que desenvolve e opera o Porto do Açu, realizou um evento de inauguração de três terminais: o Terminal Multicargas (T-MULT), o Terminal de Petróleo (T-OIL) e o Terminal de Combustíveis Marítimos (Tecma).[29]
O T-MULT (Terminal Multicargas) é um terminal próprio da empresa, e conta com 2 berços instalados em 500 metros de cais e capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas por ano (entre granéis sólidos, líquidos e carga geral). Com 14,5 metros de profundidade, o terminal pode receber navios Panamax. O T-MULT já movimenta bauxita, carvão, coque e cargas gerais (como caminhões usados em mineração, equipamentos para sondas, entre outros).
O TECMA (Terminal de Combustíveis Marítimos do Açu), parceria da Prumo com a BP Marine, importa, exporta, vende, armazena, mistura, distribui e/ou comercializa combustíveis marítimos, sob a marca da BP. Este centro de abastecimento atende às demandas de navios dos mais variados portes e atividades, como PSVs (Platform Supply Vessels) e navios de cabotagem e de longo curso, por combustíveis como diesel marítimo (MGO - Marine Gas Oil). A unidade começou a operar com a comercialização de óleo diesel marítimo.
Referências
- ↑ «O Porto». Porto do Açu. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ a b LLX. «Superporto do Açu». Consultado em 5 de Fevereiro de 2011. Arquivado do original em 9 de outubro de 2009
- ↑ IG Economia. «Conheça a Eikelândia, a obra mais arrojada de Eike Batista». Consultado em 5 de Fevereiro de 2011. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2011
- ↑ «G1 > Economia e Negócios - NOTÍCIAS - MMX confirma negócio de US$ 5,5 bilhões com Anglo American». g1.globo.com. Consultado em 5 de julho de 2023
- ↑ Minas, Estado de. «Mineradora Anglo prepara expansão para 2016». Estado de Minas
- ↑ «Ternium desiste de siderúrgica no Porto do Açu». Exame. 6 de setembro de 2013. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ «Porto de US$ 40 bi de Eike Batista vacila com atrasos». Exame. 15 de outubro de 2012. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ a b ValorOnline, Do (19 de dezembro de 2014). «Eike transfere participação na Prumo para fundo Mubadala». Negócios. Consultado em 8 de julho de 2023
- ↑ a b «LLX é vendida para grupo americano». IstoÉ Dinheiro. 14 de agosto de 2013. Consultado em 8 de julho de 2023
- ↑ a b «Porto do Açu vai virar centro de exportação da BG». Valor Econômico
- ↑ Titânio, Agência (24 de março de 2016). «Porto do Açu já recebeu R$ 10 bilhões em investimentos». Porto do Açu. Consultado em 8 de julho de 2023
- ↑ ContentStuff.com. «Superporto do Açu - Ponte com estacas metálicas de até 96 m, bombeamento de areia marítima para aterro hidráulico e quebra-mares com pré-moldados são os principais serviços de engenharia executados atualmente naquele que será o maior porto da América Latina| Infraestrutura Urbana». Equipe de Obra
- ↑ Revista Grandes Construções. «Avançam as obras da estrutura que mudará o conceito de operação portuária no Brasil». Consultado em 5 de Fevereiro de 2011. Arquivado do original em 10 de junho de 2015
- ↑ «Maior dique flutuante do mundo deixa o Porto do Açu em São João da Barra». Norte Fluminense. 7 de janeiro de 2015
- ↑ «FCC to ship colossal components of Brazil's Açu Port from Spain to Brazil - The Corner». The Corner (em inglês). 16 de abril de 2013
- ↑ «PORTO DO AÇU INICIA OPERAÇÕES DO TERMINAL DE PETRÓLEO». PetroNotícias. Consultado em 24 de março de 2017
- ↑ «Porto do Açu começa operar terminal logístico do petróleo». www.odebateon.com.br. Consultado em 24 de março de 2017
- ↑ Açu|, 2017-05-03T12:43:35+00:0028/10/2014|Seção: Notícias da Semana|Tags: Porto do. «Porto do Açu faz primeiro embarque de minério». SINAVAL. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ CLIPPING. «Portos e Navios - Porto de Açu realiza primeira operação de transbordo». Consultado em 24 de março de 2017. Arquivado do original em 12 de outubro de 2017
- ↑ «Açu Petróleo está autorizada a realizar operações com VLCC – Praticagem RJ». Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ Severian (2 de outubro de 2015). «Porto do Açu inicia operações do seu terminal Multicargas». Jornal da Construção Civil. Consultado em 24 de março de 2017. Arquivado do original em 25 de março de 2017
- ↑ «Logística e serviços». Prumo Logística. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ «Granel Sólido». Porto do Açu. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ «Granel Líquido». Porto do Açu. Consultado em 21 de julho de 2023
- ↑ «Veja as empresas que já atuam no Porto do Açu». www.opetroleo.com.br. Consultado em 5 de abril de 2017
- ↑ «Chouest, dos EUA, dobra estrutura no Porto do Açu - Economia - Estadão». Estadão
- ↑ «Technip anuncia nova fábrica de tubos no Brasil | EXAME.com - Negócios, economia, tecnologia e carreira». exame.abril.com.br. Consultado em 5 de abril de 2017
- ↑ «Brasil Energia Petróleo & Gás». brasilenergiaog.editorabrasilenergia.com. Consultado em 5 de abril de 2017[ligação inativa]
- ↑ «Três terminais são inaugurados no Porto do Açu, no Rio de Janeiro | Brazil Modal | Portal de Notícias de Comércio Exterior e Logística». brazilmodal.com.br. Consultado em 5 de abril de 2017[ligação inativa]