Ida Vitale
Ida Vitale | |
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Ida Vitale | |
Nascimento | 02 de novembro de 1923 Montevideo, Uruguai |
Nacionalidade | uruguaia |
Ocupação | Poeta |
Prémios | 2015, XXIV Premio Reina Sofía de Poesía Iberoamericana 2016, Premio Internacional de Poesía Federico García Lorca. 2017, Premio Max Jacob. 2018, Premio Cervantes |
Magnum opus | El Mañana Efímero |
Ida Vitale (Montevideo, 2 de novembro de 1923) é uma poeta, tradutora, ensaísta, professora e crítica literária uruguaia membro do movimento artístico denominado "Geração do 45" e representante da poesia "esencialista". Inscrita na tradição da vanguardia histórica americana, a sua poesia indaga na alquimia da linguagem e estabelece um encontro entre uma exacerbada percepção sensorial de raiz simbolista, sempre atenta ao mundo natural, e a cristalização conceptual em seu perfil mais preciso.[1] Tem recebido diversos prêmios, entre eles Prêmio Octavio Paz (2009) o Prêmio Alfonso Reis (2014) o Prêmio Reina Sofía (2015), o Prêmio Internacional de Poesia Federico García Lorca (2016), o Prêmio Max Jacob (2017) e o Prêmio Cervantes (2018).[2]
Biografia
Faz parte da quarta geração de emigrantes italianos em Uruguai, onde se formou no seio de uma família considerada culta e cosmopolita. Na sua infância chegavam todos os dias a sua casa quatro diários que continham suas respectivas páginas culturais com poemas.[3]
Estudou Humanidades em Uruguai e exerceu a profissão docente. Colaborou no semanário Marcha; entre 1962 e 1964 dirigiu a página literária do diário uruguaio Época. Foi codirectora da revista Clinamen e integrou a direcção da revista Maldoror.
Com a chegada da ditadura cívico-militar do Uruguai (1973-1985), exilou-se no México em 1974 e, depois de conhecer a Octavio Paz, este a introduziu no comité assessor da revista Vuelta.[3] Ela também participou da fundação do jornal Uno Más Uno e continuou dedicada ao ensino, dando um seminário no El Colegio de México. Ampliou sua obra cultivando o ensaio e a crítica literária (que exerceu no El País, Marcha, Época, Jaque, e, entre outras, nas revistas Clinamen, Asir, Maldoror, Crisis de Buenos Aires, Eco de Bogotá; Vuelta e Unomásuno, de México; El pez y la serpiente de Nicarágua...). Traduziu livros para o Fondo de Cultura Económica; deu conferências e leituras, participou em júris e colaborou em numerosos diários.
Regressou a Uruguai em 1984 onde dirigiu a página cultural do semanário Jaque. "Deixamos México (com Fierro) quando cá voltava a democracia e achávamos que era nossa obrigação voltar", afirmou Vitale, quem permaneceu só um par de anos em Uruguai e depois voltou a emigrar, desta vez a Estados Unidos.[3]
No ano de 1989, ela se estabeleceu em Austin ( Texas ) com seu segundo marido, o também poeta Enrique Fierro, viajando esporadicamente para Montevidéu . Foi nomeada doutora honoris causa pela Universidade da República em 2010. Ela ficou no Texas por 30 anos até ficar viúva em 2016 e decidiu voltar para Montevidéu, onde reside atualmente.[3]
No ano de 2018 recebeu o Prêmio Cervantes, sendo o acto de entrega o 23 de abril de 2019 na Universidade de Alcalá. Em 2019 publicou suas memórias Shakespeare Palace. Mosaicos de mi vida en México.[4]
Foi declarada Cidadã Ilustre de Montevideo ao fechamento da 42ª edição da Feira Internacional do Livro, o 13 de outubro de 2019.[5]
Obra literária
Vitale faz parte da tradição da vanguarda histórica latino-americana, sua poesia mergulha na alquimia da linguagem e estabelece um encontro entre uma percepção sensorial exacerbada enraizada no simbolismo, sempre atenta ao mundo natural, e a cristalização conceitual em sua forma mais precisa perfil. Ela mesma afirmou sobre a natureza da busca do poeta: “As palavras são nômades; a má poesia os torna sedentários”.[6] É um representante da poesia essencialista. Sua obra se caracteriza por poemas curtos, busca pelo sentido das palavras e caráter metaliterário.[7] É considerada integrante da Geração de 45, junto com outros escritores uruguaios como Juan Carlos Onetti, Carlos Maggi ou Idea Vilariño, segundo a definição do crítico literário Emir Rodríguez Monegal .
Como leitora, ela prefere obras históricas, mas sua descoberta de duas poetisas uruguaias como Delmira Agustini e, principalmente, uma alma gêmea, María Eugenia Vaz Ferreira, assim como Gabriela Mistral a motivou a escrever poesia lírica. Suas duas grandes referências foram José Bergamín, seu professor em Montevidéu, e Juan Ramón Jiménez, que conheceu pessoalmente.
Traduziu de autores franceses e italianos como Simone de Beauvoir, Benjamin Péret, Gaston Bachelard, Jacques Lafaye, Jules Supervielle, Jean Lacouture Mario Praz e Luigi Pirandello .
Prêmios
- 2009, IX Premio Internacional Octavio Paz de Poesía y Ensayo (compartilhado com Ramón Xirau).[8]
- 2014, Premio Internacional Alfonso Reyes.[9]
- 2015, XXIV Premio Reina Sofía de Poesía Iberoamericana.[10]
- 2016, Premio Internacional de Poesía Federico García Lorca.[11]
- 2017, Premio Max Jacob.[12]
- 2018, A Feria Internacional del Libro de Guadalajara, atribuiu-lhe o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas.[13]
- 2018, Premio Cervantes.[14][15][16]
- 2019, Premio Alas.
Obra
Poesia
- La luz de esta memoria (Montevideo, 1949)
- Palabra dada (Montevideo, 1953)
- Cada uno en su noche (Montevideo, 1960)
- Paso a paso (Montevideo, 1963)
- Oidor andante (Montevideo, 1972)
- Fieles, (México, 1976 y 1782, antología)
- Jardín de sílice (Caracas, 1980)
- Elegías en otoño (México, 1982)
- Entresaca (México, 1984)
- Sueños de la constancia (México, FCE, 1988; reúne cinco libros anteriores y el nuevo que le da título).
- Procura de lo imposible, 1988.
- Serie del sinsonte, (Montevideo, 1992)
- Con Enrique Fierro, Paz por dos (1994)
- Jardines imaginarios (1996)
- De varia empresa (Caracas, 1998)
- Un invierno equivocado (México, 1999)
- La luz de esta memoria (Montevideo: La Galatea, 1999)
- Reducción del infinito, (Antología y nuevos poemas, Barcelona: Tusquets, 2002)
- Trema (Valencia: Editorial Pre-Textos, 2005)
- Com Sarah Pollack, Reason enough (Austin, 2007), antología traducida al inglés.
- Mella y criba (Valencia: Editorial Pre-Textos, 2010).
- Sobrevida (Antología, Granada: Esdrújula Ediciones, 2016).
- Mínimas de aguanieve (Taller Ditoria, México, 2016)
- Poesía reunida. Compilación y edición de Aurelio Major. Barcelona: Tusquets. 2017. ISBN 978-84-9066-417-9
- Tiempo sin claves (Tusquets, Barcelona, 2021)
Prosa, Crítica e Ensaio
- Arte simple (1937).
- El ejemplo de Antonio Machado (1940).
- Cervantes en nuestro tiempo (1947).
- La poesía de Basso Maglio (1959).
- Manuel Bandeira, Cecilia Meireles y Carlos Drummond de Andrade. Tres edades en la poesía brasileña actual (1963).
- La poesía de Jorge de Lima (1963).
- La poesía de Cecilia Meireles (1965).
- Juana de Ibarbourou. Vida y obra Capítulo Oriental núm. 20, Montevideo, CEDAL, 1968.
- José Santos González Vera o El humor serenísimo, San Juan de Puerto Rico, 1974.
- Enrique Casaravilla Lemos, México, Universidad Autónoma de México, 1984.
- Léxico de afinidades (Vuelta, 1994; Cobre, 2006; Fondo de Cultura Económica, 2012).
- Donde vuela el camaleón (1996)
- De plantas y animales: acercamientos literarios (Paidós, 2003).
- El abc de Byobu, (Taller Ditoria, México, 2004)
Estudos sobre sua obra
- Bruña Bragado, María José (2015) (edición, estudio crítico y selección). Todo de pronto es nada. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca (XXIV Premio Reina Sofía de Poesía Iberoamericana).
- Bruña Bragado, María José (2017) (coord. y ed.). Vértigo y desvelo: dimensiones de la creación de Ida Vitale. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca.
- Bruña Bragado, María José (2021) (coord.) La escritura como morada. Sevilla: Ediciones Universidad de Sevilla.
Referências
- ↑ Larazon.es; Razón, La (15 de novembro de 2018). «La poeta uruguaya Ida Vitale, ganadora del Premio Cervantes 2018». La Razón (em espanhol). Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ Mantilla, Jesús Ruiz (15 de novembro de 2018). «Ida Vitale, premio Cervantes 2018». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582. Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ a b c d «Ida Vitale: "La poesía es para todos, no puede ser especializada o recóndita"». eldiario.es (em espanhol). Consultado em 15 de novembro de 2018
- ↑ «Shakespeare Palace. Mosaicos de mi vida en México». www.elcultural.com. Consultado em 23 de abril de 2019
- ↑ «Ida Vitale fue declarada Ciudadana Ilustre de Montevideo». la diaria (em espanhol). 14 de outubro de 2019. Consultado em 15 de outubro de 2019
- ↑ Marcos, Javier Rodríguez; Martínez, Magdalena (16 de novembro de 2018). «Ida Vitale, verso libre del Cervantes». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582. Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «Ida Vitale, premio Cervantes 2018». El País (em espanhol). 15 de novembro de 2018. ISSN 1134-6582. Consultado em 15 de novembro de 2018
- ↑ «Ramon Xirau e Ida Vitale ganan el Premio Octavio Paz de Poesía y Ensayo». La Vanguardia. Consultado em 15 de novembro de 2018
- ↑ «Recibe la poeta Ida Vitale el Premio Internacional Alfonso Reyes». La Jornada. 1 de setembro de 2015. Consultado em 20 de novembro de 2015
- ↑ El País (19 de maio de 2015). «La uruguaya Ida Vitale, premio Reina Sofía de poesía Iberoamericana». Consultado em 20 de maio de 2015
- ↑ «La poeta uruguaya Ida Vitale, premio de Poesía Federico García Lorca». Consultado em 14 de outubro de 2016
- ↑ Patricia Sustrac (4 de março de 2017). «Les Amis de Max Jacob.Prix Max Jacob au CNL.» (PDF). Consultado em 15 de junho de 2017
- ↑ «Ida Vitale gana el premio de la Feria del Libro de Guadalajara 2018». El País (em espanhol). 4 de setembro de 2018. ISSN 1134-6582. Consultado em 4 de setembro de 2018
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em Authors list (ajuda) - ↑ RAMÓN, ESTEBAN (23 de abril de 2019). «Ida Vitale, la poeta humilde que "don Quijote no imaginó jamás"». RTVE.es (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2019
- ↑ FLORES, ANA BELÉN GARCÍA (22 de abril de 2019). «Premio Cervantes | Ida Vitale: "Con Cervantes comparto sobre todo el humor con el que asumo todos los riesgos"». RTVE.es (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2019
- ↑ «El ojo crítico - Charlamos con Ida Vitale, Premio Cervantes 2.018 - 22/04/19». RTVE.es (em espanhol). 22 de abril de 2019. Consultado em 23 de abril de 2019