Asócio Taronita
Asócio Taronita | |
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Iluminura do casamento de Asócio com Miroslava, no Escilitzes de Madrid | |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | General |
Título | |
Religião | Cristianismo |
Asócio Taronita (em grego: Ασώτιος Ταρωνίτης; romaniz.: Asṓtios Taronítes; em armênio/arménio: Աշոտ; romaniz.: Ašot; fl. c. 995 - ca. 997/998) foi um nobre e oficial bizantino do século X, filho do general e duque de Salonica de origem armênia Gregório Taronita. Capturado pelos búlgaros em 995, ele foi libertado em 996 e casado com Miroslava, filho do imperador Samuel da Bulgária (r. 997–1014). Nomeado governador de Dirráquio por Samuel, ele e sua esposa fugiram para Constantinopla e deliberaram com o imperador Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) para que Dirráquio fosse entregue aos bizantinos.
Nome
Asócio (Asotius; Ασώτιος, Asṓtios) é a forma latina e grega do armênio Axote (Աշոտ, Ašot), cuja origem é desconhecida. Foi registrado em árabe como Axute (آشُوط, ʔāšūṭ) e em georgiano como Axote / Axoti (აშოტ(ი), Ašoṭ(i)).[1]
Biografia
Asócio foi o filho de Gregório Taronita. Gregório era um príncipe armênio da região de Taraunitis, no sul da Armênia. Quando seu pai, Asócio III, morreu em 967/968, Gregório e seu irmão cederam Taraunitis para o Império Bizantino em troca de extensos territórios e o título de patrício.[2] Gregório foi para Constantinopla, onde casou-se e teve ao menos dois filhos, Asócio e Irene. Em 991, o imperador Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) liderou uma campanha nos Bálcãs contra Samuel da Bulgária (r. 997–1014) e nomeou Gregório duque de Salonica. Asócio acompanhou seu pai à cidade.[3]
Algum tempo depois dessa nomeação, Asócio foi capturado e Gregório morto pelos búlgaros numa emboscada próximo a Salonica.[4][5][6] Segundo relatado, um grupo de ataque tinha se aproximado da cidade, e Gregório enviou Asócio com uma vanguarda para fazer contato e explorar. Ansioso, ele atacou-os e repeliu-os, mas foi pego em uma emboscada preparada e cercado com seus homens. Seu pai, marchando com a principal força bizantina, apressou-se para resgatá-lo, mas foi morto.[3][7] A data exata desse evento é desconhecida. A cronologia do relato de João Escilitzes parece situá-lo em 996, enquanto as fontes armênias colocam-o em 991. A pesquisa recente tem sugerido uma data no mais tarde meados de 995, pois João Caldo é atestado como duque de Salonica mais tarde no mesmo ano.[8][9]
Em 996, contudo, Samuel, após sua fuga da desastrosa batalha de Esperqueu (996), libertou Asócio e casou-o com sua filha Miroslava. Segundo João Escilitzes, a última tinha se apaixonado profundamente pelo cativo, e ameaçou matar-se se Samuel não permitisse o casamento. Samuel enviou o casal para Dirráquio, onde Asócio tornar-se-ia governador. Uma vez lá, ele estabeleceu contato com o governo bizantino, em conluio com o principal magnata local, João Crisélio, que ofereceu a rendição da cidade em trono da título para ele e seus filhos.[10] Asócio e Miroslava fugiram para Constantinopla a bordo de uma navio militar bizantino, e logo lá, um esquadrão bizantino apareceu fora de Dirráquio sob Eustácio Dafnomeles, e a cidade retornou para controle bizantino.[3][11][12]
Em Constantinopla, Basílio II nomeou Asócio magistro e sua esposa zoste patrícia.[13] Nada mais se sabe sobre eles. A data desse episódio é incerta; é provavelmente datável logo após 997/998, segundo a narrativa de Escilitzes.[3] É possível, contudo, que esse evento na verdade ocorreu tão tarde quanto 1018, no fim da guerra búlgara, uma vez que a cronologia de Escilitzes é frequentemente incerta;[14] a cronica italiana de Lupo Protoespatário dá uma data completamente diferente à reconquista de Dirráquio, 1004/1005, e não menciona Asócio.[3]
Referências
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 180.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 2012–2013.
- ↑ a b c d e Lilie 2013, Ašot (#20650).
- ↑ Treadgold 1997, p. 522.
- ↑ Holmes 2005, p. 406; 494.
- ↑ Wortley 2010, p. 323-324.
- ↑ Holmes 2005, p. 165, 406–407.
- ↑ Holmes 2005, p. 403–404.
- ↑ Strässle 2006, p. 78, 405.
- ↑ Adontz 1965, p. 397.
- ↑ Stephenson 2003, p. 17–18, 34–35.
- ↑ Holmes 2005, p. 103–104.
- ↑ Cheynet 2000, p. 181.
- ↑ Holmes 2005, p. 104–105, 497–498.
Bibliografia
- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Աշոտ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Adontz, Nicholas (1965). Études Arméno-Byzantines. Samuel l'Arménien roi des Bulgares. Lisboa: Livraria Bertrand
- Cheynet, Jean-Claude (2000). «La patricienne à ceinture: une femme de qualité». Au cloître et dans le monde: femmes, hommes et sociétés (IXe-XVe siècle) - Mélanges en l'honneur de Paulette L'Hermite-Leclercq. Paris: Universidade de Paris. ISBN 978-2-84050-180-0
- Holmes, Catherine (2005). Basil II and the Governance of Empire (976–1025). Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-927968-5
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt
- Stephenson, Paul (2003). The Legend of Basil the Bulgar-Slayer. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-81530-7
- Strässle, Paul Meinrad (2006). Krieg und Kriegführung in Byzanz: die Kriege Kaiser Basileios' II. gegen die Bulgaren (976–1019) (em alemão). Colônia: Böhlau Verlag. ISBN 3-412-17405-X
- Treadgold, Warren T. (1997). A history of the Byzantine state and society. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0804726302
- Wortley, John (2010). John Skylitzes: A Synopsis of Byzantine History, 811-1057. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-76705-7