Rio das Mortes (Minas Gerais)
Rio das Mortes | |
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Trecho do rio em Tiradentes | |
Comprimento | 278[1] km |
Nascente | Barbacena - Serra da Mantiqueira |
Caudal médio | 129 m³/s |
Foz | Rio Grande |
Área da bacia | 10.560,33[2] km² |
Delta | Hidroelétrica do Funil |
Afluentes principais |
Rio Santo Antônio Rio das Mortes Pequeno Rio Elvas Rio Carandaí Rio Loures |
País(es) | Brasil |
O rio das Mortes é um curso de água afluente da margem direita do rio Grande, no estado de Minas Gerais, Brasil. O rio nasce na serra da Mantiqueira,[3] a uma altitude superior a 1090 metros em relação ao nível do mar e percorre 278 quilômetros até a sua foz no reservatório da Usina Hidrelétrica do Funil, próxima a Ijaci.[4]
O rio foi cenário da Guerra dos Emboabas, onde havia capões de mato e fortificações em que os paulistas se escondiam.[5] Embora essa guerra tenha provocado muitas mortes, diz-se que o nome do rio deve-se ao fato de que muitas pessoas tenham morrido na tentativa de atravessar o rio a nado para não pagar o pedágio estabelecido por Tomé del Rei.[6]
Curso de água
O curso de água, ao longo de seus 278 quilômetros de comprimento, percorre 16 municípios mineiros:[4]
O curso do rio delimita os territórios de diversos municípios mineiros: Barbacena e Antônio Carlos; Barbacena e Barroso; Dores de Campos e Barroso; Dores de Campos e Prados; Santa Cruz de Minas e São João del-Rei; Tiradentes e São João del-Rei; Ritápolis e São João del-Rei; Bom Sucesso e Ibituruna.
Bacia hidrográfica
A sub-bacia do rio das Mortes drena uma área de aproximadamente 10 560,33 quilômetros quadrados, o que corresponde a 12,7% da porção mineira da bacia do rio Grande e a 7,36% de toda essa bacia[2] e abrange 32 municípios mineiros.[2]
O plano diretor do comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande SP/MG divide a bacia em 14 unidades de gestão, 6 localizadas no Estado de São Paulo, denominadas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), e 8 no Estado de Minas Gerais, denominadas Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) sob a sigla específica GD. A unidade referente à sub-bacia do rio das Mortes denomina-se GD2.[2]
De acordo com estudos sobre uso e ocupação do solo de 2006, a área da sub-bacia está distribuída da seguinte forma:[2]
- Área agrícola: 339,65 km²,
- Área urbanizada: 74,53 km²,
- Espelho d'água: 0,00 km²,
- Pastagem / campo antrópico: 9.948,96 km²,
- Reflorestamento: 33,10 km²,
- Vegetação nativa de porte arbóreo: 164,09 km².
Potencial hidrelétrico
Diversos empreendimentos para geração de energia elétrica estão instalados na bacia do rio das Mortes e seus afluentes em centrais geradoras hidráulicas ou pequenas centrais hidrelétricas. A capacidade total instalada na bacia é de 244 643,94 kW.[2] Das usinas instaladas na bacia, duas estão instaladas no curso do rio: a PCH Ilhéus, de 2 560 kW, e a PCH Lavras, de 1 200 kW. Ambas as usinas, localizadas próximo aos distritos Colônia Rodrigo Silva (Barbacena) e de São Sebastião de Campolide (Antônio Carlos) e Severiano Resende, foram reativadas em 2010. Atualmente, sua foz situa-se no reservatório da usina hidrelétrica do Funil, próximo à ilha Brasil.
Referências
- ↑ Lopes 2014
- ↑ a b c d e f Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (20 de março de 2008). «Diagnóstico da situação dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) – SP/MG (Relatório Síntese – R3)» (PDF). Comitê de Bacia Hidrográfica CBH GRANDE. Consultado em 14 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2017
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais (1976). Carta do Brasil - Senhora dos Remédios (JPG) (Mapa) 1ª ed. [1:50.000]. IBGE. Consultado em 27 de novembro de 2012. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2012
- ↑ a b Instituto Mineiro de Gestão das Águas (2010). Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos do Rio das Mortes (PDF) (Mapa). Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Consultado em 14 de novembro de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 14 de novembro de 2017
- ↑ Romeiro 2008, p. 211
- ↑ Panichi 2016
Bibliografia
- Lopes, Luciano (12 de agosto de 2014). «O Rio das Mortes quer viver». Revista Ecológico. Consultado em 14 de novembro de 2017. Arquivado do original em 15 de novembro de 2017
- Romeiro, Adriana (2008). Paulistas e emboabas no coração das Minas: idéias, práticas e imaginário político no século XVIII. Brasil: UFMG. 431 páginas. ISBN 978-85-7041-701-5
- Panichi, Edina (1 de junho de 2016). «Processos de construção de formas na criação: o projeto poético de Pedro Nava». Universidade Estadual de Londrina. ISBN 978-85-7216-871-7