Primeira Guerra do Ópio
Primeira Guerra do Ópio | |||
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Guerras do Ópio | |||
Juncos chineses sob bombardeio britânico na Segunda Batalha de Chuenpee, 7 de janeiro de 1841 | |||
Data | 1839–1842 | ||
Local | China | ||
Desfecho | Vitória britânica; Tratado de Nanquim | ||
Mudanças territoriais | Ilha de Hong Kong cedida ao Reino Unido | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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A Primeira Guerra do Ópio ou Primeira Guerra Anglo-Chinesa foi travada entre a Companhia Britânica das Índias Orientais e a Dinastia Qing da China entre 1839-1842 com o objectivo de forçar a China a permitir o livre comércio, principalmente do ópio. A Grã-Bretanha pedia a abertura do comércio de ópio, enquanto o governo imperial da China tentou proibir.
Comerciantes ingleses foram expulsos da China e ao chegarem em Londres apresentam uma queixa ao governo britânico, que decidiu atacar a China com a sua poderosa armada para forçar os chineses a comprar ópio cultivado na Índia britânica.
O Império Britânico enviou uma frota para bloquear todos os portos chineses, que tinha ordens para apreender todas a embarcações chinesas que se aproximassem e tomar parte do território chinês, até que o Império Britânico recebesse satisfações.
Inicialmente os ingleses bloquearam o Rio das Pérolas e tomaram diversas ilhas próximas ao Porto de Ningbo, além de bloquearem os principais portos do país.
Nesse contexto, Qishan, vice-rei de Zhili, percebeu a inferioridade militar da China e foi enviado para negociações preliminares com uma frota inglesa que se dirigia para Tianjin, na qual conseguiu obter uma suspensão temporária das hostilidades e recuo da frota britânica para o sul do país.
Qishan foi encaminhado para substituir Lin Zexu em Guandzhou. Lin Zexu foi submetido a uma expulsão desonrosa de seu cargo e condenado ao exílio no oeste do país por ter provocado um "ataque bárbaro".
Qishan iniciou negociações com o Capitão Charles Elliot. Inicialmente o objetivo de Qishan era ganhar tempo para permitir um contra-ataque chinês, mas os britânicos pressionaram para a conclusão das negociações disparando canhões contra diferentes pontos da costa, e, portanto, as negociações resultaram em uma minuta de acordo denominada Convenção de Chuan-pi, que garantia aos britânicos direitos especiais em Hong Kong, uma indenização de 6 milhões de dólares e garantia de que as futuras negociações ocorreriam em situação de "igualdade".
Os termos da Convenção de Chuan-pi foram rejeitas tanto pelo Imperador Daoguang, quanto pelo Império Britânico. Qishan foi inicialmente condenado a morte por ter feito muitas concessões, mas, posteriormente teve sua sentença reduzida para o exílio. Pelo outro lado, o Lord Palmerston, destituiu Charles Elliot, e enviou Sir Henry Pottinger para dar continuidade às negociações.
Ao chegar a China, Pottinger intensificou a pressão, bloqueando mais portos, o Grande Canal e o Rio Yangtzé, além disso encaminhou uma frota para atacar Nanquim. Nesse contexto, O Imperador da China designou um novo negociador: o Princípe Qiying. As negociações resultaram no Tratado de Nanquim, que posteriormente foi complementado pelo Tratado de Bogue, que faziam mais concessões do que a Convenção de Chuan-pi, pois além da cessão de Hong Kong, de uma indenização de 6 milhões de dólares, previa a abertura de outros quatro portos para o comércio com o ocidente: Ningbo, Xangai, Xiamen e Fuzhou, previa mais direitos aos britânicos nos portos onde era admitido o comércio, inclusive a jurisdição sobre os cidadãos o Império Britânico residentes em tais portos.
Pouco tempo depois, norte-americanos e franceses obtiveram os direitos similares àqueles concedidos aos britânicos, com exceção da indenização. A China passou a adotar a Política de Portas Abertas e fazer acordo com as potências estrangeiras com a Cláusula de Nação Mais Favorecida. Essas concessões feitas a diferentes potências faziam parte da estratégia de utilizar "bárbaros contra bárbaros" e, desse modo, evitar a dominação por uma única potência estrangeira.[1]
Pelo Tratado de Nanquim, foi o primeiro dos Tratados Desiguais, que deram fim ao isolamento da China e início da história da China moderna.
Ver também
Referências
- ↑ KISSINGER, Henry, Sobre a China, pp. 63-73