Paracanãs
Parakanã | |||
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População total | |||
1.266 | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Língua Akwáwa | |||
Religiões | |||
Xamanismo | |||
Etnia | |||
Tupi-guarani |
Os Paracanãs são um grupo indígena Tupi-guarani que habitam entre os rios brasileiros do Tocantins e do Xingu, no estado do Pará, dentro da Terras Indígenas Apyterewa e Parakanã. São dividido em Paracanãs Ocidentais (contatados em 1971) e Orientais (contatados entre 1976 e 1984). São falantes do aquáua.
Práticas culturais e história
No final do século XIX, os Paracanãs dividiam-se em dois grupos de população: os Ocidentais e os Orientais. A divisão remonta a um conflito sobre a posse de mulheres raptadas, durante uma expedição para procura de inimigos na margem esquerda do rio Pucuruí.[2] Os Paracanãs Orientais se assentaram em áreas altas do Pucuruí, Bacurí e Rio de Direita, enquanto os Paracanãs ocidentais decidiram emigrar para o noroeste, provavelmente para perto dos rios Jacaré e Pacazinho-Arataú. Esses dois grupos se tornaram desde então bastante divergentes. Os Paracanãs Ocidentais utilizam estratégias nômades no interior das florestas, uma vez que não praticam mais a horticultura, e constata-se um aumento de sua agressividade bem como de relações com outras populações da região. Já os Paracanãs orientais permaneceram muito mais defensivos e adotaram um modo de vida sedentário, mantendo contato mínimo com outras populações.[2]
Em 1910 os Paracanãs foram avistados pela primeira vez ao longo do rio Pacajá, rio acima de uma cidade chamada Portel. Eles foram identificados como um grupo localizado entre a porção baixa do rio Pucurí e a cidade de Acobaça, onde saquearam os trabalhadores e colonos da estrada de ferro Tocantins. Em seguida o Serviço de Proteção ao Índio criou um posto de pacificação perto da ferrovia para garantir a segurança dos trabalhadores, frente a possível ameaça representada pelos Paracanãs.
A organização social e reprodução dos grupos também diverge, com os Paracanãs orientais adotando o isolamento, centralização política, morfologia dualista e poligamia restrita, enquanto os ocidentais adotam descentralização política, morfologia social não diferenciada e poligamia generalizada.[2]
Os Paracanãs são também conhecidos por sua música e rituais de dança elaborados. Três festas se destacam: a festa das tabocas (takwara-rero'awa), a festa do cigarro (opetymo) e a festa do bastão rítmico (waratoa).[2]
Referências
- ↑ Povos Indígenas no Brasil: 2006-2010 2011, p. 9-16.
- ↑ a b c d Fausto, Carlos. «Parakanã - Povos Indígenas no Brasil». Instituto Socioambiental. Consultado em 6 de novembro de 2024
Bibliografia
- Beto Ricardo; Fany Ricardo, ed. (2011). Povos Indígenas no Brasil: 2006-2010. São Paulo: Instituto Socioambiental. 763 páginas. ISBN 9788585994853. Consultado em 31 de março de 2014
- Fausto, Carlos (2001). Inimigos Fiéis - História, Guerra e Xamanismo na Amazônia. São Paulo: Edusp