Ofensiva de Abu Kamal (2017)
| Ofensiva de Abu Kamal (2017) | |||
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| Guerra Civil Síria Campanha no leste da Síria (2017) Intervenção russa na Guerra Civil Síria | |||
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| Data | 23 de outubro - 6 de dezembro de 2017 | ||
| Desfecho | Vitória decisiva da República Árabe Síria e aliados
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A Ofensiva de Abu Kamal (2017), denominada "Operação Fajr-3",[1] foi uma ofensiva militar do Exército Árabe Sírio (EAS) e aliados contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EI/EIIL) na província de Deir Ezzor. O objectivo desta ofensiva era a captura da cidade de Abu Kamal, o último bastião urbano do EIIL na Síria.
Ofensiva
Avanço em direcção à fronteira com o Iraque
Em 23 de outubro, as forças governamentais iniciaram uma ofensiva para chegar a Abu Kamal. ,Nos dois dias seguintes, 42 militantes do EIIL e 27 combatentes pró-governo foram mortos quando o Estado Islâmico tentou parar o avanço do Exército Sírio. Até 25 de outubro, o EIIL conseguiu expulsar as tropas governamentais para fora da cidade de Al-Asharah, bem como de partes de Al-Quriyah, ao longo das margens ocidentais do rio Eufrates. Enquanto isso, fortes confrontos foram reportados na estação de bombeamento T-2, posição estratégica do EIIL, a sudoeste de Abu Kamal,[2] com o Exército Sírio e o Hezbollah a conseguirem cercar a estação por três lados.[3] Em 26 de outubro, o Exército Sírio e seus aliados capturaram a Estação de Bombeamento T-2,[4] e de seguida estabeleceram posições a 45 quilómetros de Abu Kamal.[5] Os avanços das tropas governamentais foram apoiados por fortes ataques aéreos russos.[6][7]
Em 27 de outubro, as forças governamentais estavam a quarenta quilómetros de Abu Kamal,[8] enquanto o EIIL montava posições para defender a cidade.[9] No dia seguinte, um contra-ataque do EI puxou para trás as forças governamentais na zona da Estação T-2, e de seguida os jihadistas voltaram a atacar a cidade de Al-Quriyah no vale do Eufrates, conseguindo capturar partes dela.[10] A 29 de outubro, as forças governamentais reposicionaram-se a 65 quilómetros a sudoeste de Abu Kamal,[11] enquanto o EAS também se retirava de Al-Quriyah e Mahkan para Mayadin após sofrer diversas baixas frutos de emboscadas por parte do EIIL.[12]
Em 31 de outubro, o EIIL atacou novamente a estação T-2 mas foi repelido pelas forças governamentais o que colocou o Exército Sírio e aliados a 50 quilómetros de Abu Kamal.[13] No dia seguinte, diversos bombardeiros russos atacaram posições do EIIL nos arredores de Abu Kamal.[14] Em 3 de novembro, o Exército Iraquiano capturou a cidade iraquiana de Al-Qaim, no lado oposto de Abu Kamal.[15] Mais tarde durante o dia, grupos das Forças de Mobilização Popular (FMP) atravessaram a fronteira e atacaram posições do Estado Islâmico nos arredores de Abu Kamal,[6] mas o ataque foi repelido no dia seguinte.[16] Ao mesmo tempo que ocorria o ataque das forças iraquianas, a Força Aérea Russa efectuou fortes ataques aéreos contra posições do EIIL numa zona residencial de Abu Kamal.[17] Em 5 de novembro, as forças governamentais colocaram-se a 15 quilómetros de Abu Kamal,[18] alcançando a Fronteira Iraque-Síria.[19][20]
Primeiro assalto na cidade
Após o Exército Sírio se ter encontrado com as Forças de Mobilização Popular (FMP) na fronteira a 8 de novembro,[21] o Exército Sírio e aliados lançaram um ataque contra Abu Kamal,[22] rapidamente cercando a cidade e entrando nela.[7] Durante os combates, o Hezbollah, que tinha centenas de combatentes a participarem na ofensiva, atravessou a fronteira para se juntar às FMP para atacar Abu Kamal a partir da fronteira.[22] O Exército Sírio também havia entrado no Iraque e depois atacou Abu Kamal a partir de Al-Qa'im, algo que alegadamente foi permitido pelo Exército Iraquiano.[23] Nessa noite, as fontes pró-governo relataram que Abu Kamal foi tomada pelo governo Sírio,[22] enquanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos (SOHR) negou tal informação[24] e afirmou que apenas partes da cidade foram capturadas.[25] No dia seguinte, o SOHR confirmou a captura de Abu Kamal após a retirada dos combatentes do EIIL através de uma rota pelo norte da cidade que ainda controlavam. O alto comando do Exército Sírio também declarou oficialmente a captura de Abu Kamal[26] e emitiu uma declaração dizendo: "A libertação da cidade é de grande importância, uma vez que representa um anúncio da queda do projecto da organização terrorista do EIIL na região, em geral e um colapso das ilusões de seus patrocinadores e apoiantes para dividi-la."[27] Os militares posteriormente começaram a revistar a cidade[28] como parte das operações de remoção de minas.[29] Entretanto, as forças pró-governo continuaram as suas operações na área e, segundo notícias, capturaram a base aérea militar de Hamdan, a norte de Abu Kamal.[30]
No final de 9 de novembro, um contra-ataque do EIIL fez com este recuperasse 40% de Abu Kamal, incluindo vários bairros no norte, nordeste e noroeste da cidade.[31] No dia seguinte, os combates chegaram perto do centro da cidade.[32] Enquanto isso, o Hezbollah relatou que o líder do EIIL, Abu Bakr al-Baghdadi, estava em Abu Kamal durante o assalto à cidade.[33] Em 11 de novembro, ataques aéreos pesados estavam sendo conduzidos contra o EIIL, num esforço das forças governamentais para manter a sua presença na parte sul da cidade, e também para afastar os combatentes do EIIL de Abu Kamal.[34] Neste ponto, tornou-se evidente que a retirada do EIIL de Abu Kamal foi conduzido de modo a atrair as tropas do governo para uma armadilha envolvendo ataques surpresa de militantes escondidos dentro de túneis no centro da cidade.[35] O Exército Sírio e forças aliadas sofreram várias baixas, e no final do dia o EIIL conseguiu recuperar completamente a cidade, forçando as forças pró-governo a retirarem-se para um ou dois quilómetros da cidade.[36] Enquanto isso, foi relatado que as FMP teriam capturado o posto fronteiriço de Abu Kamal.[37]
Segundo assalto à cidade e vitória decisiva para o Exército Sírio
Em 12 de novembro, as forças governamentais sírias lançaram um ataque contra Abu Kamal a partir de Mayadin, avançando rapidamente pelo deserto e alcançando posições a 25-35 quilómetros a oeste da cidade.[38] Em 17 de novembro, as forças do Exército Sírio invadiram a cidade novamente,[39] capturando-o até 19 de novembro.[40]
Os combates na zona rural nos arredores continuaram até 6 de dezembro. Durante os combates entre 15 de novembro e 3 de dezembro, morreram 447 combatentes de ambos os lados.[41] Durante este tempo, as forças do governo avançaram ao longo da margem ocidental do Eufrates,[42] para sitiar um enclave do EIIL a sudeste de Mayadin.[43] O enclave foi cercado em 21 de novembro e, nos dias seguintes, o exército capturou-o lentamente.[44][45] Até 28 de novembro, o enclave foi capturado bem como a cidade de Al-Quriyah.[45] O Exército Sírio continuou com as operações com o objectivo de ligar as forças que avançavam vindas do sudeste de Mayadin com as de Abu Kamal.[46] Em 5 de dezembro, o EAS estava a 5 quilómetros de o conseguir[47] e no dia seguinte as tropas de Mayadin encontram-se com as que estavam em Abu Kamal.[48] Todo o lado ocidental do Rio Eufrates foi libertado[49] pelo Exército Sírio após o Estado Islâmico se ter retirado para as zonas desérticas da província de Deir Ezzor.[50] Durante os últimos ataques no Eufrates, o EIIL usou um elevado número de Carros-bomba contra as tropas governamentais, infligindo várias baixas no EAS.[51][52]
Referências
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- ↑ «48 hours of Al-Bokamal Battle kill 70 members of the regime forces and Syrian, Lebanese and Arab fighters loyal to them and members of ISIS». SOHR. 25 de outubro de 2017. Consultado em 8 de fevereiro de 2018
- ↑ «Breaking: Syrian Army, Hezbollah surround strategic base in west Deir Ezzor». AMN - Al-Masdar News | المصدر نيوز (em inglês). 25 de outubro de 2017
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- ↑ «Syria army clears last IS pockets west of Euphrates: monitor». Mail Online
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- ↑ «"Packs" of ISIS car bombs shatter Syrian Army ranks during final stage of Deir Ezzor offensive». AMN - Al-Masdar News | المصدر نيوز (em inglês). 8 de dezembro de 2017
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