Jules Henri Fayol
Jules Henri Fayol | |
---|---|
Nascimento | 29 de julho de 1841 Istambul |
Morte | 19 de novembro de 1925 (84 anos) Rue de Bellechasse |
Cidadania | França |
Alma mater | |
Ocupação | economista, empreendedor, engenheiro de minas, ensaísta |
Distinções |
|
Empregador(a) | Société de Commentry, Fourchambault et Decazeville |
Movimento estético | liberalismo económico |
Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de julho de 1841 — Paris, 19 de novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês, formado pela Ecole des Mines de Saint-Etienne e um dos teóricos clássicos da ciência da administração, sendo o fundador da teoria clássica da administração[1] e autor de Administração Industrial e Geral (título original: Administration Industrielle et Générale - Prévoyance, Organisation, Commandement, Ccoordination, Contrôle), editado em 1916. Para o português, traduzimos essas funções da Administração como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Considerado um dos principais nomes da Administração, criou a teoria do processo administrativo e foi o responsável por propor o chamado ciclo PODC (Planejar, Organizar, Direcionar e Controlar).[2]
Vida
Fayol nasceu em 1841 em um subúrbio de Istambul, Império Otomano. Seu pai era engenheiro e trabalhava como superintendente das obras da ponte de Gálata.[3] A família voltou para a França em 1847, onde Fayol se formou em mineração na Escola Nacional Superior de Minas de Saint-Étienne, em 1860.
Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam semanalmente pessoas interessadas na administração de negócios comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick.
Também direcionou seu trabalho para a empresa como um todo, ou seja, procurando cuidar da empresa de cima para baixo, ao contrário das ideias adotadas por Taylor e Ford.
Juntamente com Taylor e Ford são considerados os pioneiros da administração. Sua visão, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um Gerente ou Diretor.
Em 1888, aos 47 anos, assumiu a direção geral da mineradora de carvão francesa Commentry-Fourchambault-Decazeville, em falência. Restabeleceu a saúde econômica-financeira da companhia.
Após 58 anos de estudos, pesquisa e observação reuniu suas teorias na obra Administração Industrial Geral (Administration Industrielle et Generale), em 1916. Só foi traduzida para o inglês em 1930.
Fayol sempre afirmava que seu êxito se devia não só às suas qualidades pessoais, mas aos métodos que empregava.
Pesquisas
Henri Fayol foi um dos principais contribuintes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Uma das contribuições da teoria criada e divulgada por ele foi o desenvolvimento da abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira vez falou-se em administração como disciplina e profissão, que por sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração.
Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das principais funções da Humanidade que são: Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar (POCCC ou POC³).
Segundo Fayol a Fazenda é uma função fictícia das outras funções, como finanças, produção e distribuição, e o trabalho do gerente está distinto das operações técnicas das empresas. Com essa distinção Fayol contribuiu para que se torne mais nítido o papel dos executivos. Identificou quatorze princípios que devem ser seguidos para que a Administração seja eficaz. Esses princípios se tornaram uma espécie de prescrição administrativa universal, que segundo Fayol devem ser aplicadas de modo flexível. Os quatorze princípios são:
- Divisão do Trabalho: dividir o trabalho em tarefas especializadas e destinar responsabilidades a indivíduos específicos;
- Autoridade e Responsabilidade: a autoridade sendo o poder de dar ordens e no poder de se fazer obedecer. Estatutária (normas legais) e Pessoal (projeção das qualidades do chefe). Responsabilidade resumindo na obrigação de prestar contas, ambas sendo delegadas mutuamente;
- Disciplina: tornar as expectativas claras e punir as violações;
- Unidade de Comando: cada agente, para cada ação só deve receber ordens (ou seja, se reportar) a um único chefe/gerente;
- Unidade de Direção: os esforços dos empregados devem centrar-se no atingimento dos objetivos organizacionais;
- Subordinação: prevalência dos interesses gerais da organização;
- Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar os esforços que sustentam a direção da organização. Deve ser justa, evitando-se a exploração;
- Centralização: um único núcleo de comando centralizado, atuando de forma similar ao cérebro, que comanda o organismo. Considera que centralizar é aumentar a importância da carga de trabalho do chefe e que descentralizar é distribuir de forma mais homogênea as atribuições e tarefas;
- Hierarquia: cadeia de comando (cadeia escalar). Também recomendava uma comunicação horizontal, embrião do mecanismo de coordenação;
- Ordem: ordenar as tarefas e os materiais para que possam auxiliar a direção da organização;
- Equidade: disciplina e ordem justas melhoram o comportamento dos empregados;
- Estabilidade do Pessoal: promover a lealdade e a longevidade do empregado. Segurança no emprego, as organizações devem buscar reter seus funcionários, evitando o prejuízo/custos decorrente de novos processos de seleção, treinamento e adaptações;
- Iniciativa: estimular em seus liderados a inciativa para solução dos problemas que se apresentem. Cita Fayol: "o chefe deve saber sacrificar algumas vezes o seu amor próprio, para dar satisfações desta natureza a seus subordinados";
- Espírito de Equipe (União): cultiva o espírito de corpo, a harmonia e o entendimento entre os membros de uma organização. Consciência da identidade de objetivos e esforços. Destinos interligados.
Funções do administrador
Henry Fayol atribuiu cinco funções ao administrador dentro de uma estrutura organizacional, chamadas de POCCC:
- Prever e planejar (prévoir - visualizar o futuro e traçar o programa de ação)
- Organizar (organiser - constituir o duplo organismo material e social da empresa)
- Comandar (commander - dirigir e orientar a organização)
- Coordenar (coordonner - unir e harmonizar os atos e esforços coletivos)
- Controlar (contrôler - verificar se as normas e regras estabelecidas estão sendo seguidas)
Tais ações conduziriam a uma administração eficaz das atividades da organização.[4]
Posteriormente, durante a chamada Escola Neoclássica, as funções de Comando e Coordenação foram reunidas sob o nome de Direção, passando as iniciais para PODC: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. E ainda - durante a vigência da abordagem da Qualidade Total - Planejar, Organizar, Executar e Avaliar, assim passando as iniciais para POEA.
Fayol x Autores contemporâneos
Fayol[5] | Autores | |
---|---|---|
Especialização do Trabalho | “Produzir mais e melhor com o mesmo esforço.” | “Nem obsoleta nem fonte inesgotável de aumento de produtividade.” Robbins[6] |
Autoridade e Responsabilidade | “Equilíbrio entre ambas é condição essencial de uma boa administração.” | “Adoção de posturas mais participativas e de valorização humana.” Matos[7] |
Disciplina | “Consiste na obediência e assiduidade conforme convenções estabelecidas.” | “O desejável é a negociação dos parâmetros de comportamento.” Chiavenato[8] |
Unidade de Comando | “Um agente deve receber ordens somente de um chefe." | “Criação de novos desenhos industriais que incluem chefes múltiplos.” Robbins[6] |
Unidade de Direção | “Um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam o mesmo objetivo.” | “A organização deve se mover toda à direção de um objetivo comum mas possuem mais de um.” Robbins[6] |
Subordinação do Interesse Individual ao Interesse Geral | “O interesse de um agente ou de um grupo de agentes não deve prevalecer sobre o interesse da empresa.” | O indivíduo precisa atingir os objetivos da empresa e satisfazer às suas necessidades para sobreviver no sistema.” Barnard[9] |
Remuneração do Pessoal | “Deve ser equitativa e, tanto quanto possível satisfazer ao mesmo tempo ao pessoal e à empresa.” | “Boa parte da riqueza gerada pela organização passa aos empregados sob a forma de salário.” |
Centralização | “É a diminuição do papel do subordinado.” | Houve significativa tendência rumo à descentralização.” Robbins[6] |
Hierarquia | “Constitui a série dos chefes que vai da autoridade superior aos agentes inferiores.” | “Em condições de grande incerteza, a hierarquia geralmente se torna mais eficiente.” Robbins[6] |
Equidade | “Para que o pessoal seja estimulado a empregar toda a boa vontade e o devotamento de que é capaz é preciso que sejam tratados com benevolência.” | Quando há ausência de equidade, o funcionário experimenta um sentimento de injustiça e insatisfação.” Chiavenato.[8] |
Iniciativa | “Conceber um plano e assegurar-lhe o sucesso é uma das mais vivas satisfações que o homem inteligente pode experimentar.” | “A maioria das organizações está deixando a cargo dos funcionários as tomadas de decisões anteriormente tomadas exclusivamente pelos gerentes.” Robbins[6] |
Obras
- Fayol, Henri (1900), Bassins houillers de Commentry et de Decazeville, excursion sous la conduite de M. H. Fayol (in French), Paris, OCLC 457845504
- Fayol, Henri (1916), Administration industrielle et générale; prévoyance, organisation, commandement, coordination, controle (in French), Paris, H. Dunod et E. Pinat, OCLC 40204128
- Fayol, Henri (1918), Notice sur les travaux scientifiques et techniques (in French), Gauthier, OCLC 40327621
- Fayol, Henri (1921), L'Incapacité industrielle de l'État: Les P. T. T (in French), Paris Dunod, OCLC 162901547
- Fayol, Henri 1923. La réforme administrative des PTT, tiré à part, Dunod, 1923, OCLC 165762144
Ideias importantes da obra "Administração Industrial e Geral": O autor busca interpretar as funções e obrigações de um administrador perante a sociedade que nos rodeia. Ele diz que a administração é de suma importância e deveria estar no plano de ensino de faculdades como a de engenharia civil. Fayol também mostra a divisão do trabalho e a divisão de funções mostrando a importância do administrador. O autor também busca criticar a metodologia de certas faculdades mostrando que isso interfere no sistema organizacional do mundo.[carece de fontes]
Fayol também criticava o excesso do estudo da matemática nas engenharias dizendo que a escrita é mais importante. Ele também afirma que o ensino técnico tem muito mais valor do que o ensino primário já que ele é profissionalizante. Henri Fayol mostra que várias coisas ensinadas no ensino superior são obsoletas e o plano de ensino deveria ser mudado. Na obra "Administração Industrial e Geral" ele mostra como o engenheiro deve se portar em seu ambiente de trabalho. Os conceitos abordados na obra nos remetem a acontecimentos contemporâneos ao século XIX.[carece de fontes]
Ver também
- Administração
- Frederick Taylor, o pai da administração científica.
- Henry Ford, idealizador do fordismo, em 1913.
- Max Weber, desenvolveu a teoria da burocracia.
- Emerson Harrington, criou os 12 princípios da eficiência.
Referências
- ↑ «Título ainda não informado (favor adicionar)»
- ↑ GOIÁS, EAD PUC. «Funções da Administração: conheça as 4 principais!». ead.pucgoias.edu.br. Consultado em 18 de outubro de 2023
- ↑ Morgen Witzel (2003). Fifty key figures in management. Routledge, 2003. ISBN 0-415-36977-0, p.96.
- ↑ CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
- ↑ FAYOL, Henri. Administração Industrial e Geral. 10.ed. São Paulo : Atlas, 1990.
- ↑ a b c d e f ROBBINS, Stephen Paul. Administração : Mudanças e Perspectivas. 1.ed. São Paulo : Saraiva : 2002.
- ↑ MATOS, Francisco Gomes. Empresa Feliz. 3.ed. São Paulo : Makron Books, 1996.
- ↑ a b CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 7.ed. São Paulo : Atlas, 2002.
- ↑ BARNARD. Chester I. As funções do executivo. 1.ed. São Paulo : Atlas, 1971.
Bibliografia
- BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração: Construindo Vantagem Competitiva. SP: Atlas, 1998.
- MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 6. ed. SP: Atlas, 2004.