José Gonçalves da Silva
José Gonçalves da Silva | |
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Nascimento | 22 de dezembro de 1838 Mata de São João |
Morte | 15 de agosto de 1911 (72 anos) Senhor do Bonfim |
José Gonçalves da Silva (Mata de São João, 22 de dezembro de 1838 — Senhor do Bonfim, 15 de agosto de 1911) foi um político brasileiro, governador da Bahia.[1]
Biografia
Gonçalves Silva concluiu os primeiros estudos em Salvador, no Colégio Pereira. Em 1854, matricula-se na Faculdade de Direito de Recife onde permanece até o terceiro ano, concluindo o curso em São Paulo, no ano de 1859."[1]
A vida pública teve início quando regressou à Bahia e fixou residência em Vila nova da Rainha, filiado ao partido conservador. Radicando-se em Senhor do Bonfim, José Gonçalves exerceu, já no Império, razoável liderança política, que veio a crescer, com a Proclamação da República, forma de governo que aceitou e declarou em carta ao amigo e companheiro de lutas, Barão de Jeremoabo: "Achaste entusiasta o meu telegrama de adesão à República? E, na verdade, aderi com entusiasmo; andava completamente revoltado com a política da Monarquia e dos velhos partidos. Tu não avalias o que estavam tramando os liberais contra mim. Se não fosse o advento da República, que os derrotou, eu teria, apesar de velho e cansado, de sustentar lutas iguais à de 1863."[1]
Ainda no período imperial, foi deputado provincial (1868) e deputado geral (atual deputado federal) (1869-1872). Na República, ocupava o cargo de senador estadual, concomitantemente ao de governador, atuando no Partido Republicano Federalista, que presidiu, até ser afastado por Luís Viana, em conseqüência de sua deposição.
Governo da Bahia
Atribulado momento político ocorreu com o governo de José Gonçalves. Nomeado para o cargo pelo presidente Deodoro da Fonseca, em substituição ao seu irmão que adoecera, assumiu em 16 de novembro de 1890, com a principal incumbência de gerenciar a administração enquanto formava-se a Assembleia Constituinte estadual.
Como governador, presidiu a solenidade de instalação da Faculdade de Direito da Bahia, hoje integrante da Universidade Federal da Bahia.
Esta, presidida pelo conselheiro Luís Viana, era composta de um senado e uma câmara estaduais. Elaborada a nova Carta Magna, coube à mesma Assembleia eleger o novo governador, em 2 de julho (data máxima do estado) de 1891.
Por ampla maioria do colegiado, José Gonçalves permanece em seu posto. Em 3 de novembro deste mesmo ano ocorre o Golpe de Estado promovido pelo Marechal Deodoro, contra o qual se insurgem por todo o país os republicanos democratas. Não foi, entretanto, o caso do governador baiano: José Gonçalves, contrariando a opinião de todos no Estado, envia mensagem de apoio ao fechamento do Congresso que então se ensaiara.
Um levante se forma à Praça da Piedade, capitaneado pelo tribuno César Zama, de verbo inflamado e mestre na oratória. O povo subleva-se, cercando o governador em sua residência, para onde acorreram alguns milicianos - mas não os militares. Tiros são disparados, pessoas morrem, e José Gonçalves recusa-se a ceder.
Instado pelo General Tude Soares Neiva, comandante do 13º Distrito Militar, entretanto, não lhe resta alternativa: entrega o cargo, a fim de evitar um desastre maior.
Encerrava-se, assim, de forma melancólica, este que passaria à História como o primeiro governador constitucional do estado da Bahia, e único deposto pelo povo, em 24 de novembro de 1891.
Referências
Precedido por Virgílio Clímaco Damásio |
Governador da Bahia 1890 — 1891 |
Sucedido por Tude Soares Neiva |