Ideologia (álbum)
Ideologia | |||||||
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Álbum de estúdio de Cazuza | |||||||
Lançamento | 21 de abril de 1988 | ||||||
Gênero(s) | Rock, MPB, blues | ||||||
Duração | 43:26 | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Gravadora(s) | Philips | ||||||
Produção | Cazuza, Ezequiel Neves, Nilo Romero | ||||||
Cronologia de Cazuza | |||||||
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Ideologia é o terceiro álbum solo do cantor e compositor brasileiro Cazuza, lançado em 1988. É considerado um de seus melhores álbuns e ganhou o Prêmio Sharp de melhor álbum no ano de seu lançamento.[1] Neste álbum, Cazuza fala sobre sua relação com a AIDS e com a morte.[2] A capa do álbum causou certa polêmica, pois misturava suásticas e estrelas de Davi.[3] O álbum também se destacou pela canção "Faz Parte do Meu Show", com arranjos da bossa nova tendo acompanhamento orquestral.
A canção de abertura e que dá título ao disco, "Ideologia", foi eleita pela revista Rolling Stone como a 83ª melhor canção brasileira.[4]
Contexto
A AIDS, doença da qual sofria desde 1985, volta a se manifestar em outubro de 1987.[2] Cazuza é internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, para se tratar de uma nova pneumonia. Logo depois, ele foi procurar tratamento nos Estados Unidos. Ao voltar ao Brasil em dezembro de 1987, após dois meses de tratamento no New England Hospital de Boston, Cazuza inicia as gravações para um novo disco.
Conteúdo
Entre as faixas, destacam-se grandes sucessos do cantor, como "Brasil", "Faz Parte do Meu Show" e "Ideologia", sendo que as duas últimas foram as canções brasileiras mais executadas nas rádios em 1988.[5] A canção também foi incluída na trilha sonora nacional da novela "Vale Tudo", exibida entre 1988/1989 pela TV Globo. Na trama escrita por Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, a canção foi tema da personagem "Solange", interpretada por Lidia Brondi.[6]
A faixa-título "Ideologia" foi composta pela aclamada parceria de Cazuza e Frejat. Juntamente a "Exagerado" e "O Tempo Não Para", "Ideologia" é uma das músicas de maior sucesso do cantor. "Ideologia" foi uma das primeiras letras escritas por Cazuza após ter descoberto ser soropositivo, o que se mostra no verso "O meu prazer agora é risco de vida".[2]
"Brasil" foi composta por Cazuza em parceria com Nilo Romero e George Israel, do Kid Abelha e ganhou o Prêmio Sharp de melhor canção. É considerada uma declaração de amor ao país. No mesmo ano de seu lançamento, a canção foi regravada por Gal Costa numa versão samba-rock. Essa versão foi incluída como tema de abertura da novela Vale Tudo da Rede Globo.[7] Cazuza afirmou que escreveu "Brasil" após uma "inveja criativa" que sentiu ao ouvir "Que País é Este?", da Legião Urbana.[8]
"Faz Parte do Meu Show" foi composta por Cazuza em parceria com Renato Ladeira e destaca-se na obra de Cazuza por ter um arranjo bossa nova.[9] Apesar de ser mais lembrada com Cazuza, ela foi originalmente gravada pelo grupo Herva Doce com um arranjo rock e com algumas mudanças na letra.[9]
A canção "Vida Fácil" foi incluída na trilha sonora nacional da novela "Fera Radical", exibida no ano de 1988 pela TV Globo. Na trama de Walther Negrão ela foi tema do personagem "Paxá" de Tato Gabus Mendes. Oito anos depois de seu lançamento, a canção foi novamente incluída em outra trilha sonora de novela da TV Globo, em "Salsa e Merengue", exibida entre 1996 e 1997, como tema da personagem "Adriana" interpretada por Cristiana Oliveira.[10][11]
Capa
A capa do disco é uma foto tirada por Flavio Colker de uma instalação artística de Barrão, que reuniu objetos que ele encontrou após uma chuvarada na Praia de São Conrado e ilustrações representando ideologias.[12]
Faixas
N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |
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1. | "Ideologia" | Cazuza, Frejat | 4:06 | |
2. | "Boas Novas" | Cazuza | 2:54 | |
3. | "O Assassinato da Flor" | Cazuza | 2:44 | |
4. | "A Orelha de Eurídice" | Cazuza | 1:54 | |
5. | "Guerra Civil" | Cazuza, Ritchie | 3:21 | |
6. | "Brasil" | Cazuza, George Israel, Nilo Romero | 3:12 | |
7. | "Um Trem para as Estrelas" | Cazuza, Gilberto Gil | 3:36 | |
8. | "Vida Fácil" | Cazuza, Frejat | 3:45 | |
9. | "Blues da Piedade" | Cazuza, Frejat | 4:15 | |
10. | "Obrigado (Por Ter Se Mandado)" | Cazuza, Zé Luís | 3:32 | |
11. | "Minha Flor, Meu Bebê" | Cazuza, Dé Palmeira | 3:06 | |
12. | "Faz Parte do Meu Show" | Cazuza, Renato Ladeira | 2:56 | |
Duração total: |
39:21 |
Banda
- Nilo Romero: baixo
- Ricardo Palmeira: guitarra
- João Rebouças: teclados
- William Magalhães: teclados
- Claudio Infante: bateria
- Sergio Della Monica: bateria
Participações especiais
- Raphael Rabello: violão de sete cordas em "O Assassinato da Flor"
- Waltel Blanco: violão em "Faz Parte do Meu Show
Referências
- ↑ «2º Prêmio da Música Brasileira». PremiodeMusica.com.br. Consultado em 25 de maio de 2012. Arquivado do original em 25 de agosto de 2011
- ↑ a b c Inagaki, Alexandre (11 de março de 2005). «Os 10 Melhores Discos de Música Popular Brasileira». Fala, Brasil!. Consultado em 25 de maio de 2012
- ↑ «Discografia comentada de Cazuza». Época. 4 de junho de 2004. Consultado em 25 de maio de 2012
- ↑ «As 100 Maiores Músicas Brasileiras - "Ideologia"». Rolling Stone Brasil. primavera. 2009. Consultado em 28 de janeiro de 2019
- ↑ «Década de 80 - Músicas Nacionais mais tocadas em cada ano». Consultado em 8 de junho de 2018
- ↑ Xavier, Nilson. «Vale Tudo». Teledramaturgia. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ Catania, Fernanda; Colombo, Patrícia (7 de julho de 2010). «20 anos sem Cazuza». Rolling Stone Brasil. Consultado em 28 de janeiro de 2019
- ↑ Cleia, Wilma (28 de abril de 2011). «REPORTAGEM: Renato Russo e Cazuza; A Poesia Sobrevive Sempre». Blogger. Consultado em 28 de janeiro de 2019
- ↑ a b Schott, Ricardo (8 de junho de 2018). «E o original de Faz Parte do Meu Show não é de Cazuza». Pop Fantasma. Consultado em 28 de janeiro de 2019
- ↑ Xavier, Nilson. «Fera Radical». Teledramaturgia. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ Xavier, Nilson. «Salsa e Merengue». Teledramaturgia. Consultado em 9 de dezembro de 2023
- ↑ «"Ideologia" - Cazuza / Arte Na Capa». Canal Brasil. Grupo Globo. 17 de março de 2019. Consultado em 13 de fevereiro de 2021