Estrada de Ferro Central de Pernambuco
Estrada de Ferro Central de Pernambuco | |||||||
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Informações principais | |||||||
Sigla ou acrônimo | EFCP | ||||||
Área de operação | Pernambuco | ||||||
Tempo de operação | 1879–1904 | ||||||
Sede | Recife, Brasil | ||||||
Ferrovia(s) antecessora(s) Ferrovia(s) sucessora(s)
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Especificações da ferrovia | |||||||
Extensão | 180 km (1896) | ||||||
Bitola | 1,000 m | ||||||
A Estrada de Ferro Central de Pernambuco (EFCP) foi uma companhia ferroviária brasileira. Incorporada em outubro de 1879, a empresa possuía como sede a Estação Central do Recife. Até 1890, a ferrovia era conhecida como Estrada de Ferro Recife–Caruaru (EFRC).
A Estrada de Ferro Central de Pernambuco foi construída com o propósito de fortalecer a comunicação e comércio entre o Recife e a área rural do interior pernambucano. Em seu auge, atingiu uma extensão de 180 km em 1896. A EFCP foi extinta em 1904, quando sua malha ferroviária foi incorporada à Great Western of Brazil Railway. Na sua antiga sede administrativa, funciona um museu dedicado à temática ferroviária.
História
Início
Em 10 de fevereiro de 1874, o governo da então província de Pernambuco celebrou um contrato com o bacharel Bento José da Costa Júnior. O objetivo desse contrato era a construção da primeira seção de uma estrada de ferro com destino à Caruaru, no agreste pernambucano. A ferrovia teria a finalidade de facilitar a integração entre a cidade do Recife e a região de intensa atividade agrícola no interior pernambucano.[1][2]
A partir dos estudos sobre o traçado da ferrovia, concluídos em 1878, foi determinado que a estrada de ferro com destino a Caruaru incluiria a então vila de Jaboatão em sua malha ferroviária. O relatório entregue ao Ministério da Agricultura conclui que o traçado da Estrada de Ferro Recife–Caruaru contemplaria uma área com cerca de duzentos engenhos de açúcar.[3]
Inauguração e anos iniciais
A construção da ferrovia teve início em outubro de 1881, com trabalhos de escavação e terraplanagem no trecho entre Recife e Jaboatão. A inauguração da primeira seção da Estrada de Ferro Recife–Caruaru ocorreu em 1885, com viagens diárias entre as estações de Recife e Jaboatão. Durante o primeiro ano de funcionamento, a ferrovia operava o trecho de 17 km.[4]
Meses após a inauguração do primeiro trecho, em agosto de 1885, foi inaugurada a estação de Moreno no quilômetro 27 da ferrovia.[5]
Consolidação
Após a Proclamação da República Brasileira em 1889, a Estrada de Ferro Recife–Caruaru passou se chamar Estrada de Ferro Central de Pernambuco.[6]
Após um intervalo de quase dez anos desde a inauguração do trecho anterior, em 1894 a ferrovia chegou em Gravatá. A lenta expansão da malha ferroviária foi atribuída aos desafios enfrentados para transpor a Serra das Russas, uma área acidentada do Planalto da Borborema. A construção desse novo trecho exigiu a edificação de muitos elementos de infraestrutura, incluindo a construção de nove viadutos e a abertura de vinte e um túneis.[7] A conexão com Caruaru ocorreu em 1895.[1]
A EFCP atingiu extensão máxima de 180 km em 1896, quando inaugurada a estação de Antonio Olinto, atual município de Tacaimbó.[8]
Extinção
A empresa permaneceu em atividade até 1904 quando foi dissolvida e sua malha ferroviária incorporada a da Great Western of Brazil Railway.[9]
Ver também
Estrada de Ferro Recife ao São Francisco
Transporte ferroviário no Brasil
Referências
- ↑ a b Freire 2017, p. 154.
- ↑ Brandão 2014, p. 75.
- ↑ Cardoso 2018, p. 32.
- ↑ Diario de Pernambuco (7 de novembro de 1881). «Prolongamento da estrada de ferro de Pernambuco». Consultado em 22 de agosto de 2023
- ↑ Diario de Pernambuco (14 de agosto de 1885). «Estrada de Ferro Recife a Caruaru». Consultado em 22 de novembro de 2023
- ↑ Diario de Pernambuco (17 de agosto de 1890). «Decreto presidencial 624». Consultado em 21 de agosto de 2013
- ↑ Brandão 2014, p. 76.
- ↑ Cardoso 2018, p. 30.
- ↑ Diario de Pernambuco (4 de outubro de 1904). «The Great Western of Brazil Railway Company Limited». Consultado em 23 de novembro de 2023
Trabalhos citados
- Brandão, Breno Albuquerque B. (2014). Patrimônio Cultural e Autenticidade: Avaliação do Conjunto Ferroviário de Caruaru (PDF) (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco
- Cardoso, André L. R. (2018). Trens de subúrbio nas rotas de exportação: Uma dinâmica urbana para as ferrovias pernambucanas de longa distância (1858 – 1900) (PDF) (Tese de Graduação). Universidade Federal Rural de Pernambuco
- Freire, M. E. L. (2017). Patrimônio Ferroviário: a preservação para além das estações (PDF) (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Pernambuco
Bibliografia
- BONFIM. Luiz Ruben F. de A. Estrada de Ferro Central de Pernambuco. Paulo Afonso: Graf Tech, 2002.
- PINTO, Estevão. História de uma Estrada de Ferro do Nordeste. Rio de Janeiro: José Olympio, 1949.