Cowboy Fora da Lei
"Cowboy Fora da Lei" | |||||||
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Canção de Raul Seixas do álbum Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! | |||||||
Lançamento | março de 1987 | ||||||
Formato(s) | LP, fita cassete e CD | ||||||
Gravação | Entre 24 de fevereiro e 29 de dezembro de 1986, no estúdio independente São Paulo, em São Paulo, e nos estúdios da gravadora Copacabana, em São Bernardo do Campo | ||||||
Gênero(s) | Country rock | ||||||
Duração | 03:38 | ||||||
Gravadora(s) | Copacabana | ||||||
Composição | Raul Seixas - Cláudio Roberto | ||||||
Produção | Raul Seixas e Rick Ferreira | ||||||
Faixas de Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! | |||||||
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Cowboy Fora da Lei é uma canção do cantor e compositor Raul Seixas, lançada em março de 1987 pela gravadora Copacabana no álbum Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! e gravada entre 24 de fevereiro e 29 de dezembro de 1986 no estúdio independente São Paulo, em São Paulo, e nos estúdios da gravadora Copacabana, em São Bernardo do Campo. É o último grande sucesso da carreira solo do cantor baiano.
Composição
A canção começou a tomar forma em 1973, quando Raul compôs uma letra chamada "Cowboy 73". A canção não foi utilizada na época, ficando em um dos muitos cadernos com letras do cantor baiano. Em 1984, durante as sessões de gravação do que seria o seu único álbum pela gravadora carioca Som Livre - a gravadora da Rede Globo -, Raul chamou Sylvio Passos - criador do primeiro fã-clube do artista - para, juntos, aproveitarem o refrão daquela composição e realizarem uma nova música. A ideia era que a letra fosse uma história, falada, como em uma história em quadrinhos, e apenas o refrão fosse cantado. Entretanto, quando Raul entrou em estúdio para gravar a canção, ele estava embriagado, após uma briga com sua mulher, e isso comprometeu as possibilidades de finalizar a canção e incluí-la no disco (que já tinha estourado o orçamento[1]).[2] Assim, a canção só foi retomada por Raul dois anos depois, nas sessões do seu primeiro álbum pela Copacabana. Novamente, só o refrão foi reaproveitado e Raul chamou seu antigo amigo e parceiro Cláudio Roberto para finalizar a sua letra.[3][4]
Gravação, lançamento e promoção
A versão definitiva foi gravada entre 24 de fevereiro e 29 de dezembro de 1986 no estúdio independente São Paulo, em São Paulo, e nos estúdios da gravadora Copacabana, em São Bernardo do Campo,[5][6] nas conturbadas sessões de gravação do disco Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!, que seria lançado em março do ano seguinte.[7] Com o lançamento, a recepção extremamente positiva ao álbum por parte da crítica e a boa divulgação e distribuição do disco, levaram ao imediato sucesso desta canção nas rádios de todo o país. Também, a canção passa a fazer parte da trilha sonora da novela das sete da Rede Globo, Brega & Chique. Assim, a emissora carioca convida Raul para gravar um videoclipe para exibição em seu programa dominical, o Fantástico. O vídeo é realizado nos seus estúdios e conta com a participação especial de Wilson Grey e direção de Paulo Trevisan.[8][9]
Resenha musical
"Cowboy Fora da Lei" é um country rock que conta com um banjo e um violão de aço, ambos tocados por Rick Ferreira.[10] Foi o grande sucesso do disco no qual foi originalmente lançada e sua letra apresenta uma mistura de política (com referências à Tancredo Neves, Martin Luther King Jr. e Mahatma Gandhi[9]) e medo da idolatria de fãs.[4]
Anarkilópolis
"Anarkilópolis (Cowboy Fora Da Lei Nº 2)" | |||||
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Canção de Raul Seixas do álbum 'Anarkilópolis' | |||||
Lançamento | julho de 2003 | ||||
Formato(s) | CD | ||||
Gravação | Entre janeiro e abril de 1984, nos estúdios Sigla, em São Paulo e no Rio de Janeiro | ||||
Gênero(s) | Country rock | ||||
Duração | 03:27 | ||||
Gravadora(s) | Som Livre | ||||
Composição | Raul Seixas - Cláudio Roberto - Sylvio Passos | ||||
Produção | Alexandre Agra e Raul Seixas (produção da faixa) Kika Seixas e Luiz Carlos (produção da coletânea) | ||||
Faixas de 'Anarkilópolis' | |||||
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Em julho de 2003, é lançada uma coletânea chamada Anarkilópolis com diversas canções de Raul Seixas englobando um grande período da carreira do cantor baiano que vai de O Dia em que a Terra Parou, de 1977, até a participação de Raul no álbum Duplo Sentido do Camisa de Vênus, de 1987.[11] A temática que une as canções é o fato delas contarem com a participação de grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil, Jackson do Pandeiro, Sérgio Dias e Liminha, André Christovam, Celso Blues Boy, Pepeu Gomes, Sérgio Sampaio, Marcelo Nova e Wanderléa.[2]
Neste disco, consta uma nova versão de "Cowboy Fora da Lei" ("Anarkilópolis (Cowboy Fora Da Lei Nº 2)"), que é a recuperação da canção escrita em parceria com Sylvio Passos e que deveria ter sido lançada em 1984. As fitas foram descobertas por Aramis Barros, e recuperadas conforme as instruções de Sylvio Passos.[2] No ano seguinte, esta faixa seria incluída no relançamento comemorativo de 20 anos de Metrô Linha 743.[12][13]
Créditos
Créditos dados pelo Discogs.[14][11]
Cowboy Fora da Lei
Músicos
- Guitarra: Rick Ferreira e Antenor Soares Gandra Neto
- Banjo, Lap Steel Guitar, Piano e Teclados: Rick Ferreira
- Baixo: Pedro Ivo Lunardi, Geraldo Vieira e Lívio Benvenuti Júnior (Nenê)
- Bateria: Albino Cezar Infantozzi e Francisco di Maria Medori Júnior
Ficha técnica
- Direção artística: Juvenal de Oliveira
- Produção: Raul Seixas e Rick Ferreira
- Arranjos: Raul Seixas e Rick Ferreira
- Engenheiro de som: Paulo Roberto Jurazzo, Getúlio B. C. Júnior e Zécafi
- Mixagem: Paulo Roberto Jurazzo, Rick Ferreira e Raul Seixas
- Corte: Getúlio B. C. Júnior
- Concepção, layout e foto da capa: Lena Coutinho
- Foto da contra-capa: Celso Luiz
- Agradecimentos especiais: Maria Melício, Adiel Macedo de Carvalho e Toninho D'Almeida
Anarkilópolis
Músicos
- Vocais: Raul Seixas, Kika Seixas, Rick Ferreira, Mauro Machado Júnior, Ana Lúcia Leuzinger, Viviane Carvalho e André Costa
- Guitarra, banjo, Lap Steel Guitar e violões: Rick Ferreira
- Piano: Miguel Cidras
- Violino: Lou Petrus
- Baixo: Paulo César Barros
- Bateria: Ivan Conti (Mamão)
Ficha técnica
- Produção: Alexandre Agra e Raul Seixas
- Arranjos: Rick Ferreira
- Remix: Aramis Barros e Luiz Carlos "Meu Bom"
- Técnico de gravação e mixagem: Jorge "Gordo" Guimarães
- Assistentes de gravação: Everaldo Andrade e Ciro Albuquerque
- Operador de Pro Tools: Ciro Albuquerque
Referências
- ↑ Mafra, 1984.
- ↑ a b c Leite, 2003.
- ↑ Almeida, 1985.
- ↑ a b Barbanti Júnior, 1986.
- ↑ Seixas no estúdio. Folha de S. Paulo, Ilustrada, publicado em 23 de fevereiro de 1986.
- ↑ Pascowitch, 1986.
- ↑ Souza, 2011, pp. 202-207.
- ↑ «Fantástico: Cowboy fora da lei é mais um dos clipes de sucesso de Raul Seixas». Globo.com. 15 de agosto de 2004. Consultado em 2 de abril de 2017
- ↑ a b Maia, 1987.
- ↑ Souza, 1987.
- ↑ a b «Raul Seixas - Anarkilópolis». Discogs. N.d. Consultado em 2 de abril de 2017
- ↑ Pimentel, 2003.
- ↑ Soares, 2011, p. 99.
- ↑ «Raul Seixas - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!». Discogs. N.d. Consultado em 28 de março de 2017
Bibliografia
- ALMEIDA, Mauro de. A volta do cowboy Raul Seixas. Publicado em Folha de S.Paulo, Ilustrada, 15 de março de 1985, p. 55.
- BARBANTI JÚNIOR, Olympio. O velho rock volta com Raul Seixas. Publicado em Folha de S.Paulo, Ilustrada, 31 de dezembro de 1986, p. 32.
- LEITE, Edmundo. Sai versão inédita de canção de Raul Seixas. Publicado em O Estado de S. Paulo, Segundo Caderno, em 6 de junho de 2003, p. 10.
- MAFRA, Antônio. Raul Seixas: "Continuo jovem, só que estou mais sossegado". Publicado em O Globo, Segundo Caderno, 7 de julho de 1984, p. 1.
- MAIA, Sônia. Raul Seixas: Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!. Publicado em Revista Bizz, março de 1987.
- PASCOWITCH, Joyce. Entrelinhas. Publicado em Folha de S.Paulo, Ilustrada, 30 de dezembro de 1986, p. 32.
- PIMENTEL, João. O bom lado B de Raul Seixas. Publicado em O Globo, Segundo Caderno, 8 de julho de 2003, p. 2.
- SOARES, Isaac Soares de. Dossiê Raul Seixas. São Paulo: Universo dos Livros, 2011.
- SOUZA, Tárik de. A volta do roqueiro filósofo. Publicado em Jornal do Brasil, 23 de março de 1987, p. 39.
- SOUZA, Lucas Marcelo Tomaz de. Eu devia estar contente: a trajetória de Raul Santos Seixas. Dissertação de mestrado. Marília: Unesp, 2011.