Sagui-de-wied
[1][2] Sagui-de-wied | |||||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||
Vulnerável (IUCN 3.1) [3] | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985 | |||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||
Área de distribuição
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Sagui-de-wied (nome científico: Callithrix kuhlii),[4] também genericamente designado massau, mico, saguim, sauí, sauim, soim, sonhim, tamari e xauim,[5][6] é uma espécie de macaco do Novo Mundo da família dos calitriquídeos (Callitrichidae) e gênero calitrix (Callithrix). É endêmico do Brasil, da região central da Mata Atlântica, ocorrendo em florestas tropicais úmidas do nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia[4] e também nas áreas urbanas da região.[7]
Etimologia
Sagui, sauí, sauim (a partir de sauhim, de 1817), xauim, soim e sonhim derivam do tupi sa'gwi ou sa'gwĩ.[8] Saguim, por sua vez, originou-se no aportuguesamento histórico do mesmo termo tupi, ou seja, çagoym (de 1511), que depois evoluiu para a forma atual em 1587.[9] Tamari tem provável origem tupi,[10] enquanto massau tem origem obscura.[11] Por fim, mico originou-se, possivelmente através do espanhol, na extinta língua cumanagota do Caribe e significa "mono de cauda longa".[12]
Distribuição Geográfica e Habitat
Essa espécie é típica das florestas costeiras do sul da Bahia,especialmente nos arredores da Reserva Biológica de Una, ocorrendo entre os rios das Contas e Jequitinhonha, ocorrendo também no nordeste de Minas Gerais. Sua distribuição geográfica parece limitada de acordo com a ocorrência da Mata Atlântica costeira, à medida que a espécie da lugar à Callithrix penicillata quanto mais longe do litoral.[13]
Ecologia e descrição
O sagui-de-wied são relativamente pequenos e pesam entre 350 e 400 gramas. Tem colocação preta com pelagem do crânio cinza e cauda anelada. Possuem áreas de pelagem branca nas bochechas, testas e ventre e tufos pretos ao redor das orelhas. Suas unhas parecem garras e carecem de polegar opositor.[14] São predados por aves de rapina, jaguatiricas e cobras. Alimentam-se de frutos sementes e outros recursos naturais disponíveis na floresta.[15]
Reprodução
A fêmea dominante de um grupo de sagui-de-wied acasala com vários machos, que depois coletivamente cuidam da ninhada. Nunca foi registrado propriamente o acasalamento, mas já se avistou os machos pavoneando-se ao redor das fêmeas com as cortas arqueadas e os cabelos eriçados, num processo que transcorre ao longo de 45 minutos. As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os doze e quinze meses e os machos aos dozes meses. Pode haver duas ninhadas por ano e os filhotes sempre nascem aos pares. Apenas as fêmeas dominantes tem permissão para procriar.[14]
Quimerismo
Provou-se que uma troca mútua de células germinativas geralmente acontece entre os gêmeos em desenvolvimento no útero quimeras como a produção dos chamados - organismos contendo dois conjuntos de células, decorrente de dois zigotos diferentes - óvulos fecundados por dois espermatozoides diferentes (possivelmente produzida por dois diferentes machos). Isto implica que alguns tecidos de um organismo do sagui-de-Wied poderia vir de um segundo ( "menor") pai.[16]
Na primeira os investigadores encontraram o quimerismo entre as células do tecido sanguíneo, depois, no entanto, ficou provado que este fenômeno ocorre em todo o tipo de tecido. A implicação mais interessante deste facto consiste na possibilidade de que mesmo um espermatozoide ou um óvulo produzido por um indivíduo que podem resultar de células germinativas seu irmão - assim como uma prole de um indivíduo geneticamente acontece a descendência de seu irmão.[16]
Referências
- ↑ Groves, C. P. (2005). «Callithrix (Callithrix) kuhlii». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 131. ISBN 0-801-88221-4. OCLC 62265494
- ↑ Rylands AB; Mittermeier RA (2009). «The Diversity of the New World Primates (Platyrrhini): An Annotated Taxonomy». In: Garber PA; Estrada A; Bicca-Marques JC; Heymann EW; Strier KB. South American Primates: Comparative Perspectives in the Study of Behavior, Ecology, and Conservation 3ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 23–54. ISBN 978-0-387-78704-6
- ↑ Neves, L. G.; Jerusalinsky, L.; Pereira, D. G.; Bicca-Marques, J. C.; Rylands, Anthony B.; Mittermeier, R. A. (2021). «Wied's Marmoset- Callithrix kuhlii». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T3575A191701453. doi:10.2305/IUCN.UK.2021-1.RLTS.T3575A191701453.en. Consultado em 17 de julho de 2021
- ↑ a b «Mamíferos - Callithrix kuhlii- Sagui de wied - Avaliação do Risco de Extinção de Callithrix kuhlii Coimbra-Filho, 1985 no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. Consultado em 17 de julho de 2021
- ↑ «Sagui». Michaelis. Consultado em 17 de julho de 2021
- ↑ «Verbete "soim"». Dicionário Caldas Aulete. 2007. Consultado em 25 de setembro de 2016
- ↑ Nayara Nascimento Rodrigues; Romari Alejandra Martinez (1 de abril de 2014), «Wildlife in our backyard: interactions between Wied's marmoset Callithrix kuhlii (Primates: Callithrichidae) and residents of Ilhéus, Bahia, Brazil», Wildlife Biology, ISSN 0909-6396, 20 (2): 91-96, doi:10.2981/WLB.13057, Wikidata Q112658040
- ↑ Houaiss, verbete sagui
- ↑ Houaiss, verbete saguim
- ↑ Houaiss, verbete tamari
- ↑ Houaiss, verbete massau
- ↑ Houaiss, verbete mico
- ↑ Rylands, A.B.; Coimbra-Filho, A.F.; Mittermeier, R.A. (2009). «The Sistematics and Distribution of the Marmosets (Callithrix, Calibella, Cebuella, and Mico) and Callimico (Callimico) (Callitrichidae, Primates)». In: Ford, S.M.; Porter, L.M.; Davis, L.L.C. The Smallest Anthropoids: The Marmoset/callimico Radiation (PDF) 3.ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 25–63. ISBN 978-1-4419-0292-4
- ↑ a b «Callithrix kuhlii - Weid's black-tufted-ear marmoset». Animal Diversity Web - Museu de Zoologia da Universidade de Michigão
- ↑ Contiero, Patrícia (211). «Sagui de Wied». Cultura Mix
- ↑ a b Ross, C.N., French, J.A., and Ortí, G. (2007). «Germ-line chimerism and paternal care in marmosets (Callithrix kuhlii)». Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 104. 6278 páginas. PMID 17389380. doi:10.1073/pnas.0607426104
Ligações externas
- Media relacionados com Sagui-de-wied no Wikimedia Commons