Branca de Castela (1319–1375)
Branca de Castela | |
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Senhora do Mosteiro de Las Huelgas | |
Nascimento | agosto de 1319 |
Alcocer, Guadalajara Espanha | |
Morte | 1375 (56 anos) |
Mosteiro de Las Huelgas | |
Sepultado em | Mosteiro de Las Huelgas |
Casa | Anscáridas |
Pai | Pedro, infante de Castela |
Mãe | Maria, infanta de Aragão |
Religião | Catolicismo |
Branca de Castela (em castelhano: Blanca de Castilla; agosto de 1319 — 1375), a única filha de Pedro, infante de Castela e de Maria, infanta de Aragão, foi prometida em casamento a Pedro I de Portugal. Contudo, o casamento não se chegou a realizar. Depois foi nomeada senhora do Mosteiro de Las Huelgas.
Biografia
Nascida em Alcocer, em agosto de 1319,[1] Branca era a única e póstuma filha de Pedro, infante de Castela e de Maria, infanta de Aragão. Seus avós paternos foram Sancho IV de Leão e Castela e Maria de Molina e os maternos Jaime II de Aragão e Branca de Anjou.
Seu pai, o infante Pedro, era senhor de Cameros, Almazán, Berlanga, Monteagudo e Cifuentes, e o mordomo de seu irmão o rei Fernando IV de Castela.[2] Após a morte deste, em 1312, Pedro tornou-se tutor de seu sobrinho, Afonso XI de Castela. O próprio Pedro faleceu em 1319, combatendo os mouros no Reino Nacérida de Granada, com apenas vinte anos de idade, deixando a sua esposa que estava esperando um bebé.
Após a morte do infante Pedro, Garci Lasso de la Vega — que mais tarde se tornou favorito do rei Afonso XI — escreveu ao rei Jaime II de Aragão que seu genro prometeu-lhe que a sua criança por nascer seria criada por si como seu aio.
Logo no ano seguinte à morte de Pedro, Maria levou Branca para o Reino de Aragão. Em 1322, a mãe de Branca e Garcilaso de la Vega, administrador das posses de Branca em Castela, concordaram em casá-la com seu primo, o rei Afonso XI, quando ambos atingissem a maioridade. Em 1325, porém, o avô de Branca, o rei Jaime II, planejou dá-la em casamento a João de Haro o Torto, senhor da Biscaia e adversário do infante Filipe de Castela — tio paterno de Branca como um dos filhos do rei Sancho IV e da rainha Maria de Molina — então regente em nome de seu sobrinho. Afonso XI no mesmo ano atingiu a maioridade e desbaratou o acordo de casamento, pois temia que João o Torto, fosse empossado dos territórios de Branca, os quais estavam situados na fronteira entre Castela e Aragão. No ano seguinte, Afonso assassinou João.
Branca foi prometida em 1327 em casamento a Pedro I de Portugal mas, dada a sua debilidade e incapacidade, o casamento não se chegou a realizar.[3][4] Depois foi nomeada senhora do Mosteiro de Las Huelgas, em Burgos, cargo que ocupou até o fim de sua vida, em 1375. A herança que seu pai lhe deixou foi dissipada por Afonso XI, que, desde 1336, foi dando como apanágios a seus filhos ilegítimos com Leonor de Gusmão.
Referências
- ↑ García Fernández 1998, p. 165.
- ↑ Salazar y Acha 2000, p. 383.
- ↑ Rodrigues Oliveira 2010, p. 223.
- ↑ Caetano de Sousa 1735, pp. 379–380, Livro II, Cap. IV.
Bibliografia
- Arco y Garay, Ricardo del (1954). Sepulcros de la Casa Real de Castilla (em espanhol). Madrid: Instituto Jerónimo Zurita. Consejo Superior de Investigaciones Científicas. OCLC 11366237
- Caetano de Souza, Antonio (1735). Historia Genealógica de la Real Casa Portuguesa (PDF). I, Livros I e II. Lisboa: Lisboa Occidental, na oficina de Joseph Antonio da Sylva. ISBN 978-84-8109-908-9
- Catalán, Diego (1977). Cátedra Seminario Menéndez Pidal, ed. Gran Crónica de Alfonso XI (em espanhol). Vol. II. Madrid: Editora Gredos. ISBN 84-600-0796-0
- Diago Hernando, Máximo (2005). «Vicisitudes de un gran estado señorial en la frontera de Castilla con Aragón durante la primera mitad del siglo XIV: los señoríos sorianos del Infante Don Pedro». Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas. Anuario de estudios medievales (em espanhol) (35): 47-90. ISSN 0066-5061
- García Fernández, Manuel (1998). «La infanta Doña María, monja de Sijena, y su política castellana durante la minoría de Alfonso XI (1312-1325)». Barcelona: Editores Consejo Superior de Investigaciones Científicas, CSIC: Institución Milá y Fontanals. Departamento de Estudios Medievales. Anuario de estudios medievales (em espanhol) (28): 157-174. ISSN 0066-5061
- Gómez-Moreno Martínez, Manuel (1946). El Panteón de las Huelgas Reales de Burgos (em espanhol). [S.l.]: Instituto Diego Velázquez. Consejo Superior de Investigaciones Científicas. OCLC 641865520
- Lopes, Fernão (1735). Joze Pereira Bayam, ed. Chronica del Rey D. Pedro I. Lisboa: Lisboa Occidental. OCLC 560418350
- Mutgé i Vives, Josefa (1997). «Relacions entre Alfons el Benigne de Catalunya-Aragó i Alfons IV de Portugal» (PDF). Barcelona: Institució Milà y Fontanals. CSIC. XV Congreso de Historia de la Corona de Aragón. Actas. Tomo II. Relaciones de la Corona de Aragón con los estados cristianos (siglos XII-XV) (em catalão): 477–492. ISBN 978-84-8380-241-0
- Rodrigues Oliveira, Ana (2010). Rainhas medievais de Portugal. Dezassete mulheres, duas dinastias, quatro séculos de História. Lisboa: A esfera dos livros. ISBN 978-989-626-261-7
- Salazar y Acha, Jaime de (2000). Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, ed. La casa del Rey de Castilla y León en la Edad Media (em espanhol). Madrid: Rumagraf S.A. ISBN 978-84-259-1128-6