Reino de Itália (1805–1814)
Regno d'Italia Royaume d'Italie Reino de Itália | |||||
Monarquia | |||||
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Hino nacional Marcia per l'Imperatore Bonaparte
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Continente | Europa | ||||
Capital | Milão | ||||
Língua oficial | Italiano, lombardo, vêneto | ||||
Religião | Catolicismo | ||||
Governo | Monarquia constitucional e monarquia dual | ||||
Rei da Itália | |||||
• 1805-1814 | Napoleão I | ||||
Vice-Rei da Itália | |||||
• 1805-1814 | Eugênio de Beauharnais | ||||
História | |||||
• 26 de maio de 1805 | Fundação | ||||
• 11 de abril de 1814 | Dissolução | ||||
Moeda | Lira italiana |
O Reino de Itália[1] foi um estado que existiu na Península Itálica de 1805 a 1814, com capital em Milão, abrangendo principalmente as atuais regiões italianas da Lombardia, Emília-Romanha e marginalmente Vêneto e Toscana.
Foi previamente denominado República Cisalpina (entre 1797 e 1802) e depois República Italiana (entre 1802 e 1805). Resultou da campanha italiana de Napoleão Bonaparte, que foi também o monarca durante toda a existência desse estado.
Antecedentes
Em 18 de março de 1805, com a Paz de Presburgo (Bratislava), a Áustria renunciou a Gorizia e ao Vêneto. Este foi incorporado à República Italiana (1802-1805).
Em 1807 foi incorporado Ístria e Dalmácia.
Em 1808 foi incorporado a República de Ragusa (Dalmácia).
Em 1809, foram retiradas a Gorizia, Trieste, a Ístria, a Dalmácia e Bocche di Cattaro (atual Kotor, em Montenegro) para formar as Províncias Ilíricas sob controle francês, com capital em Lubliana.
Coroação de Napoleão
Neste ponto, Napoleão Bonaparte, que havia se tornado Imperador dos Franceses - tendo sido sagrado pelo Papa Pio VII, em Notre-Dame de Paris, aos 2 de dezembro de 1804 - transforma também a precedente República Italiana (1802-1805) em "Reino de Itália" - e se autodenomina Rei de Itália. Em 26 de maio de 1805, em Milão, ocorreu a coroação. Napoleão, então autocoroou-se, assim como em Paris no ano anterior, declarando: "Recebi (esta coroa) de Deus, que ninguém ouse tocá-la"[2]. Eugênio de Beauharnais foi nomeado Vice-Rei, já que era um homem em quem Bonaparte confiava cegamente e de quem não temia que perseguisse objetivos políticos próprios, sendo filho de sua esposa, Josefina de Beauharnais.
Fim do Reino
O reino foi dissolvido em 1814[3], com o fim do período napoleônico: em 6 de abril de 1814, Napoleão declara-se pronto a abdicar, ato que foi formalizado no dia 11, através do Tratado de Fontainebleau. No dia 16, Beauharnais comunicou que havia concluído um armistício com o marechal-de-campo austríaco Bellegarde, com o que se esperava que seu trono se salvasse do fim da era napoleônica. Depois das desordens em Milão no dia 20 de abril, com o linchamento do ministro das finanças Giuseppe Prina, Beauharnais entendeu que não tinha o apoio da população. O povo, de fato, o identificava com os detestados franceses e assim, no dia 26, abdicou e, no dia seguinte, abandonou a Itália e foi para o exílio na Baviera.
Terminou assim o Reino napoleônico de Itália.
Referências
- ↑ A expressão "Reino de Itália" é aplicada a três diferentes entidades estatais existentes na Península Itálica ao logo da História: o Reino Itálico medieval, o reino napoleônico (Reino de Itália 1805-1814) e o último e mais conhecido o Reino de Itália (1861-1945) que antecedeu a atual República Italiana.
- ↑ Enciclopédia Conhecer (1967). Verbete sobre a Coroa. [S.l.]: Abril, São Paulo, vol. 5. p. 1226 e 1227
- ↑ RATH, Reuben John (1941). The fall of the Napoleonic kingdom of Italy (1814). 1. Nova Iorque: Columbia University Press. 247 páginas