Liga Norte
Liga Norte Lega Nord | |
---|---|
Presidente | Umberto Bossi |
Secretário-geral | Matteo Salvini |
Fundação | 1989 (aliança) 1991 (33 anos) (partido) |
Sede | Milão, Itália |
Ideologia | Atualmente: |
Espectro político | Atualmente: Direita[27][28][29] a Extrema-direita[30][31][32] Histórico: |
Afiliação europeia | Aliança Europeia dos Povos e das Nações |
Grupo no Parlamento Europeu | Identidade e Democracia |
Camera dei Deputati | 124 / 630 |
Senado | 57 / 315 |
Parlamento Europeu | 28 / 73 |
Parlamentos Regionais | 83 / 474 |
Presidentes Regionais | 2 / 20 |
Cores | Azul Branco |
Página oficial | |
http://www.leganord.org/ | |
A Liga Norte (em italiano Lega Nord, cujo nome oficial é Lega Nord per l'Indipendenza della Padania) é um partido político de extrema-direita, regionalista do Norte de Itália,[35] fundado em 1991, após a unificação de vários pequenos partidos autonomistas e regionalistas.
História
A Liga rapidamente se tornou um dos partidos mais influentes da Itália, muito graças à sua retórica populista e anti-corrupção. Muito do crescimento eleitoral da Liga, explica-se pelos enormes escândalos de corrupção (Tagentopoli) que surgiram aquando da fundação do partido.[36] O partido, aproveitando, o clima de desconfiança em relação aos velhos partidos da I República (1946-1994) obteve resultados espectaculares e, mesmo com o fim do I República, a Liga continuou a ter uma forte base eleitoral.[36] A partir da década de 1990, a Liga tornou um fiel parceiro de coligação de centro-direita, liderado pela Força Itália de Silvio Berlusconi.[36]
Ideologicamente, a Liga é definido como um partido de direita[37] e, até, de extrema-direita,[38] pelo discurso anti-imigração, anti-Islão e, até, xenófobo,[39] apesar de seus dirigentes, dizerem que o partido nem é de esquerda nem de direita.[40] Em temas como o aborto, casamento gay ou legalização de drogas leves, o partido segue uma linha conservadora,[41] apesar de, nos seus primeiros tempos, o partido ter seguido uma linha liberal nestas questões.[41] O partido defende uma linha econômica liberal, defendendo menos burocracia estatal e impostos mais baixos,[41] além de ter uma forte componente ecológica. Na questão da União Europeia, apesar do partido criticar forte o actual modelo da UE, o partido defende uma "Europa da Regiões",[42] e, nas últimas eleições legislativas, o partido defendia a emissão de Eurobonds, mais poderes para o Parlamento Europeu, a eleição directa do Presidente da Comissão Europeia e a centralidade de Itália na política europeia.[43] Por fim, o partido defende a criação de um verdadeiro sistema federal em Itália, que devolva mais poderes para as regiões do Norte de Itália.[42]
Com a eleição de Matteo Salvini como líder do partido em setembro de 2013,[44] a Liga fez uma viragem ideológica claramente para a Direita, adotando um discurso claramente populista, tendo como grande tema central a forte oposição a vinda de mais imigrantes e refugiados para Itália. Outro tema forte da liderança de Salvini é o claro euroceticismo assumido pela Liga,[45] com Salvini a descrever o Euro como um "crime contra a Humanidade".[46] Esta linha claramente populista de direita, levou à Liga Norte em entrar numa aliança a nível europeu com diversos partidos da mesma linha, com especial destaque para a forte aproximação com a Frente Nacional de Marine Le Pen.[47][48]
Mas a maior alteração feita por Salvini foi abandonar o caráter regional do partido e transformá-lo num partido nacional que concorre em todas as regiões de Itália. O maior exemplo de tal mudança foi a campanha para as eleições gerais de 2018 onde o partido concorreu apenas com o nome de "Liga" e com o slogan "Salvini Premier".[49][50][51] Apesar desta alteração, a Liga continua a ter a sua base de apoio principal no norte do país, e na região de Vêneto segue uma linha claramente regionalista e incentivando o separatismo desta região.[52][53]
Afiliação europeia
A sua afiliação europeia da Liga Norte também demonstra a "viagem" ideológica do partido. Após a sua fundação, o partido foi membro da Aliança Livre Europeia, mas, após entrar num governo de coligação com a Força Itália, em 1994, foi expulso da Aliança.[54] Após a expulsão, o partido decidiu integrar o ELDR e seus eurodeputados integraram a Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, mas, com a maior radicalização e crescente eurocepticismo do partido, o partido foi integrando grupos eurocépticos como a União das Nações pela Europa (2004) e a Europa da Liberdade e da Democracia(2009).[54] Após as eleições europeias de 2014, o partido foi um dos fundadores do grupo da Europa das Nações e das Liberdades, que inclui partidos como a Frente Nacional e o Partido da Liberdade da Áustria.[55]
Resultados eleitorais
Eleições legislativas
Câmara dos Deputados
Data | Líder | M. Proporcional | M. Uninominal | Deputados | +/- | Status | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
CI. | Votos | % | +/- | CI. | Votos | % | +/- | |||||
1992 | Umberto Bossi | 4.º | 3 396 012 | 8,65 / 100,00 |
55 / 630 |
Oposição | ||||||
1994 | Umberto Bossi | 5.º | 3 235 248 | 8,36 / 100,00 |
0,29 | Centro-direita | 118 / 630 |
63 | Governo (1994)
Oposição (1994-1996) | |||
1996 | Umberto Bossi | 4.º | 3 776 354 | 10,07 / 100,00 |
1,71 | 3.º | 4 038 239 | 10,77 / 100,00 |
59 / 630 |
59 | Oposição | |
2001 | Umberto Bossi | 6.º | 1 464 301 | 3,94 / 100,00 |
6,13 | Centro-direita | 30 / 630 |
29 | Governo | |||
2006 | Umberto Bossi | 6.º | 1 747 730 | 4,58 / 100,00 |
0,64 | 26 / 630 |
4 | Oposição | ||||
2008 | Umberto Bossi | 3.º | 3 024 543 | 8,30 / 100,00 |
3,72 | 60 / 630 |
34 | Governo (2008-2011)
Oposição (2011-2013) | ||||
2013 | Roberto Maroni | 5.º | 1 390 534 | 4,09 / 100,00 |
4,21 | 18 / 630 |
42 | Oposição | ||||
2018 | Matteo Salvini | 3.º | 5 698 687 | 17,35 / 100,00 |
13,26 | Centro-direita | 125 / 630 |
107 | Governo | |||
2022 | Matteo Salvini | 4.º | 2 464 005 | 8,77 / 100,00 |
8,58 | Centro-direita | 66 / 400 |
59 | Oposição |
Senado
Eleições europeias
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1989 | 9.º | 636 242 | 1,8 / 100,0 |
Novo | 2 / 81 |
Novo |
1994 | 5.º | 2 162 586 | 6,5 / 100,0 |
4,7 | 6 / 87 |
4 |
1999 | 6.º | 1 395 547 | 4,5 / 100,0 |
2,0 | 4 / 87 |
2 |
2004 | 7.º | 1 613 506 | 5,0 / 100,0 |
0,5 | 4 / 78 |
0 |
2009 | 3.º | 3 126 915 | 10,2 / 100,0 |
5,2 | 9 / 72 |
5 |
2014 | 4.º | 1 688 197 | 6,2 / 100,0 |
4,0 | 5 / 73 |
4 |
2019 | 1.º | 9 153 638 | 34,3 / 100,0 |
28,1 | 28 / 73 |
23 |
Eleições regionais
Resultados referentes à última eleição realizada
Região | Data | CI. | Votos | % | Deputados | Status |
---|---|---|---|---|---|---|
Abruzos | 2019 | 1.º | 165 008 | 27,5 / 100,0 |
10 / 29 |
Governo |
Apúlia | 2015 | 11.º | 38 661 | 2,4 / 100,0 |
0 / 49 |
Extra-parlamentar |
Basilicata | 2019 | 2.º | 55 393 | 19,2 / 100,0 |
6 / 21 |
Governo |
Emília-Romanha | 2014 | 2.º | 233 439 | 19,4 / 100,0 |
9 / 50 |
Oposição |
Friul-Veneza Júlia | 2018 | 1.º | 147 464 | 34,9 / 100,0 |
18 / 49 |
Governo |
Ligúria | 2015 | 3.º | 109 209 | 20,3 / 100,0 |
5 / 31 | |
Lombardia | 2018 | 1.º | 1 630 151 | 31,1 / 100,0 |
30 / 80 | |
Lácio | 2018 | 4.º | 252 772 | 10,0 / 100,0 |
4 / 51 |
Oposição |
Marcas | 2015 | 3.º | 69 065 | 13,0 / 100,0 |
3 / 30 | |
Molise | 2018 | 5.º | 11 956 | 8,2 / 100,0 |
2 / 21 | |
Piemonte | 2014 | 4.º | 141 741 | 7,3 / 100,0 |
2 / 39 | |
Sardenha | 2019 | 2.º | 81 421 | 11,4 / 100,0 |
8 / 60 |
Governo |
Sicília | 2017 | 7.º | 108 713 | 5,7 / 100,0 |
3 / 70 | |
Toscana | 2015 | 2.º | 214 430 | 16,0 / 100,0 |
6 / 41 |
Oposição |
Trentino | 2018 | 1.º | 69 116 | 27,1 / 100,0 |
14 / 35 |
Governo |
Tirol do Sul | 2018 | 3.º | 31 510 | 11,1 / 100,0 |
4 / 35 | |
Vale de Aosta | 2018 | 2.º | 10 872 | 17,1 / 100,0 |
7 / 35 |
Oposição |
Vêneto | 2015 | 1.º | 757 359 | 40,9 / 100,0 |
24 / 51 |
Governo |
Úmbria | 2015 | 3.º | 49 203 | 14,0 / 100,0 |
2 / 21 |
Oposição |
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Ligações externas
- Leganord - site oficial