Forte de Santo Amaro do Areeiro
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Forte de Santo Amaro | |
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Informações gerais | |
Património de Portugal | |
SIPA | 6077 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias |
Coordenadas | 38° 40′ 53″ N, 9° 18′ 54″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Forte de Santo Amaro do Areeiro, também denominado como Forte de Santo Amaro do rio de Oeiras, Forte Velho ou Forte do Areeiro, localiza-se em posição dominante, junto à Praia da Lage, na margem direita da Ribeira da Lage, a oeste da Praia de Santo Amaro. Pertence à freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, município de Oeiras, Grande Lisboa, em Portugal.
História
Este forte foi erguido no contexto da guerra da Restauração da Independência portuguesa, por determinação do Conselho de Guerra de D. João IV (1640-56), com o fim de reforçar a defesa da barra do Estuário do Tejo, coadjuvando a defesa proporcionada pelo Forte de São Julião da Barra.
As obras foram iniciadas em 1647, sob a direção do Governador das Armas de Cascais, D. António Luís de Meneses, 3º conde de Cantanhede, tendo sido concluídas em 1659. Na ocasião estava guarnecido e artilhado com sete peças de diversos calibres.
Ao se iniciar o século XVIII, um Decreto Régio (30 de Agosto de 1701) nomeou como governador do Forte de Santo Amaro do rio de Oeiras, D. Rodrigo da Costa. Posteriormente foi seu governador o cabo João Pedro Fernandes (1723). Encontrava-se em mau estado de conservação em 1735, sendo imperativa a substituição da porta principal. Na ocasião mantinham-se sete peças de artilharia de ferro em bateria. Mais tarde, em 1751, o estado de deterioração se acentuou, sendo-lhe apontada a ruína. O orçamento estimado para os reparos necessários importava em 900$000 réis à época, tendo posteriormente sido efetuadas obras de conservação e confiada a guarda das suas dependências a um oficial residente.
À época da guerra com a Espanha (1762-1763), no contexto da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o forte estava sob o governo do alferes do Regimento da Armada, Carlos José da Cunha, estando artilhado com oito peças, das quais uma fora de serviço. Posteriormente sofreu obras de conservação, vindo a ser inspecionada pelo coronel de engenheiros, Romão José do Rego (1793). Ao final do século, contava com uma guarnição de seis artilheiros e seis peças (1798), tendo sido nomeado como seu governador o sargento-mor do Regimento de Artilharia da Corte, Manuel dos Reis (Decreto Régio de 17 de Dezembro de 1800).
Ao se iniciar o século XIX, a guarnição do forte era constituída, além do seu governador, pelo capitão-ajudante Bartolomeu Agostinho Pereira de Carvalho, um furriel, dois cabos de esquadra e vinte soldados inválidos de pé de castelo (inválidos) (1805). Em 1813, em boas condições de conservação, continuava artilhado com seis peças. Por falecimento do antecessor, foi nomeado como seu governador o major Matias José de Almeida (17 de Novembro de 1820), encontrando-se a sua artilharia reduzida a três peças em 1824. No contexto das Guerras Liberais, o forte encontrava-se artilhado com cinco peças montadas (1831), tendo sido abandonado pelo seu governador (Matias José de Almeida), que se retirou para o norte (1833). Foi nomeado como seu governador o major José Victorino de Amarante (1836), que até então se encontrava de serviço no Forte de São Lourenço do Bugio. Era governada em 1841 por Luís da Silva Seabra, encontrando-se artilhado ainda com três peças do calibre 24 (1847). Encontravam-se no governo José de Gouveia Lobo Soares (1855) e D. José Maria de Mendonça (1855). Desartilhado (1868), foram seus governadores Joaquim José Esteves (1870) e Francisco Maria Esteves Vaz (1874). Ao se encerrar o século, o forte era habitado apenas por um soldado com a sua família (1896), sendo seu governador António Francisco (1897).
No início do século XX, foram seus governadores Francisco de Carvalho Moreira Júnior (1909) e Frederico Augusto Guerra Soares, nomeado em 21 de Novembro de 1911, cargo, então, apenas simbólico. Durante a Segunda Guerra Mundial residiam nas dependências do forte cinco famílias (1945), computando-se, pouco após o conflito, vinte e sete adultos e diversas crianças (1947). Este número elevava-se a cerca de quarenta indivíduos em 1950, iniciando-se, em seguida, o processo para o seu desalojamento. Em 1953, as instalações do forte foram cedidas à Administração do Porto de Lisboa que, entretanto, jamais as utilizou. No ano seguinte, passaram para o Secretariado-Geral da Defesa Nacional, iniciando-se então grandes obras de conservação e beneficiação. Entre 1961 e 1962 as suas dependências foram utilizadas como residência de veraneio do Ministro do Exército. Após a Revolução dos Cravos (1974), o forte foi utilizado como local de reuniões políticas. Por motivos de segurança de algumas personalidades, procedeu-se a execução de um muramento, cuja demolição se aguardava na atualizade.
Na década de 1980 as suas dependências foram utilizadas como colónia de férias para filhos de funcionários públicos.
Encontra-se classificado como "Imóvel de Valor Concelhio", conforme o Edital nº 184/2004 (2ª série), publicado no Diário da República, nº 67, II Série, de 19 de Março de 2004.
Em dezembro de 2010 o governo autorizou a venda do forte, com um preço estimado em 1,273 milhões de euros. A alienação foi justificada pela necessidade de reorganização e requalificação das infra-estruturas militares dentro da execução da lei de programação das infra-estruturas militares.[1]
Características
Pequena fortificação marítima de traçado abaluartado, em estilo maneirista. Tem uma área total de 6100 metros quadrados.
Uma inscrição epigráfica encimada pelas armas reais sobre o portão principal informa a conclusão das suas obras de reedificação: 1659.
Bibliografia
- CALLIXTO, Carlos Pereira. Fortificações Marítimas do Concelho de Oeiras. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 2002.
Notas
- ↑ "Ministério da Defesa vende Forte do Areeiro". in Ionline, 25 dez 2010.